Projeto visa permitir ao Brasil um papel relevante na indústria mundial de biocombustíveis para aviação. O programa "Plano de voo para biocombustíveis de aviação no Brasil: plano de ação" foi coordenado pela Unicamp e preparado a partir de relatórios elaborados pela Boeing, Embraer e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo.
Os trabalhos identificaram lacunas e apontaram os caminhos que o País deve trilhar para ser destaque nesse mercado. É preciso investir em pesquisas nas áreas de matérias-primas e de produção de biocombustíveis, logística de distribuição, adequação de legislação, entre outras.
O programa vai balizar projetos apoiados pela Fapesp e pelas empresas de aviação no âmbito de um acordo de cooperação. De acordo com reportagem da Agência Fapesp, o estudo integra o Programa Fapesp de Pesquisa em Bioenergia (Bioen), que reúne mais de 400 cientistas brasileiros, a maioria atuante em universidades e instituições de pesquisa no Estado de São Paulo, além de cerca de cem pesquisadores de diversos outros países.
O grande desafio científico e tecnológico no mundo, de acordo com os pesquisadores, é desenvolver um biocombustível a partir de biomassa produzida em escala comercial, que tenha um custo competitivo e possa ser misturado ao querosene de aviação convencional, sem a necessidade de modificações nos motores e nas turbinas da atual frota de aeronaves e no sistema de distribuição do combustível aeronáutico.
Uma das principais conclusões do relatório é de que no Brasil há uma série de matérias-primas provenientes de plantas que contêm açúcares, amido e óleo, além de resíduos como lignocelulose, resíduos sólidos urbanos e gases de exaustão industrial, que se mostram promissores para a produção de bioquerosene.
A cana-de-açúcar, a soja e o eucalipto são apontados como os três melhores candidatos para iniciar uma indústria de biocombustível para aviação no país. Isso, no entanto, dependerá do processo de conversão e refino escolhido, ressalvaram os autores.