Em votação na Alesp, esquerda e direita se uniram contra proposta de João Doria, sem sucesso; orçamento foi aprovado por 42 a 31
São Paulo – Em sessão na noite desta quarta-feira (16/12), a Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) aprovou o Projeto de Lei (PL) 627/2020, enviado por João Doria (PSDB) que estabelece o orçamento do estado de São Paulo de 2020. Com 74 deputados presentes, 42 deputados foram a favor do orçamento e 31 se declararam contra (o presidente da sessão não votou).
A votação chamou a atenção pelo voto comum das alas mais ideológicas da assembleia. Novo, Patriota, parte do PSL, PTB (partidos à direita) e PCdoB, PDT, PSol e PT (na esquerda) votaram contra o orçamento proposto por Doria. O PSB optou pela obstrução (quando deputados pedem que a votação seja protelada).
Os motivos das duas alas, no entanto, variam. Ambos criticam a proposta de João Doria de pouco mais do que dobrar o gasto com comunicação governamental e de diminuir recursos destinados à Saúde.
O orçamento total em 2020 era de R$ 239 bilhões, e será de R$ 246,3 bilhões em 2021 – alta de 3%. Neste ano, o governo paulista separou R$ 28 bilhões para a área da saúde, mas em 2021 o valor reservado será de R$ 23,7 bilhões – um corte de 15,3%. O orçamento para comunicação institucional, no entanto, será de R$ 193,7 milhões no ano que vem, um crescimento de 120% em relação aos R$ 88 milhões de 2020.
“Os paulistas pagarão mais impostos para o Doria tentar limpar a cara dele pra 2022”, declarou o deputado Arthur do Val, o Mamãe Falei (Patriota).
Entre os pontos criticados pelos deputados da esquerda está o corte de um terço do orçamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), desvinculando parte do recurso. “A gente tá sentenciando à morte o orçamento das Santas Casas no interior, as pesquisas da Fapesp, colocando as universidades em dificuldade orçamentária”, disse a deputada Mônica Seixas (PSol-SP).