A Academia PME realizou na última quinta-feira (28/09) a 10ª edição do PME Talks. O tema do evento de setembro foi “Oportunidades de investimento para criar ou acelerar seu negócio” e contou com a participação de empreendedores convidados que compartilharam suas experiências quanto à captação de recursos e financiamentos para seus negócios.
O CEO da Academia PME, Iglá Generoso, fez a apresentação dos tipos de investimentos e as vantagens e desvantagens de cada um. Entre as opções mencionadas estão programas de apoio para aceleração de empresas; financiamento público por meio de programas vinculados a universidades; investimento-anjo e Venture Capital.
“Estes são os tipos mais comuns como oportunidade para começar ou acelerar negócios. Entretanto, um dos grandes erros do empreendedor é ir atrás do investimento sem ter um protótipo do seu produto. Primeiro, desenvolva seu protótipo, só depois disso, é momento de correr atrás do investidor”, explicou o CEO.
O painel do evento foi composto pelos empreendedores Christian de Cico, CEO e fundador da Arquivei; Francisco Rolfsen Belda, sócio-fundador da Editora Casa da Árvore; e Rafael Libardi; CEO da UkkoBox.
Compartilhando sua experiência em relação ao programa da Fapesp conhecido como Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE), o empreendedor Rafael Libardi pontuou algumas dicas importantes e que podem ajudar os empreendedores que se interessem por esse tipo de investimento. Segundo Lidardi, é preciso ter um projeto bem embasado, técnico e que demonstre a relevância do produto/serviço para a comunidade. “Tem que ficar claro as características de inovação, comercialização e viabilização do negócio”, afirmou.
Outra observação de Rafael Libardi é de que o PIPE é muito melhor aproveitado por inovações que ainda não estão prontas para o mercado, isso porque há muita burocracia em todo o processo, então enquanto se aguarda o investimento, é possível aprimorar o produto. No caso de Libardi, o recebimento do recurso aconteceu um ano e meio após a aprovação.
Quem também falou sobre sua experiência em captar recursos foi o CEO e fundador da Arquivei, Christian de Cico. A empresa foi fundada em 2013, em São Carlos (SP), com o propósito de dar suporte ao compliance fiscal e transformar obrigações fiscais em otimização e inteligência para empresas. Segundo o CEO, a Arquivei rodou um ano e meio com recursos próprios, até despertar o interesse de investidores.
Hoje, a empresa já passou por duas rodadas de investimentos, o que impactou positivamente nas finanças e estrutura da Arquivei, que conta com 72 funcionários em 2017 e uma cartela de clientes que saltou de 1.500 para 40 mil. A dica do fundador da empresa em relação a parcerias com investidores é que num primeiro momento deve-se aprofundar o relacionamento, criar uma relação de confiança antes de qualquer decisão.
A Arquivei também participou do Google Launchpad, programa de treinamento do Google que inclui mentoria intensiva com especialistas da empresa e venture capital do Vale do Silício. Cada uma das startups selecionadas para o programa recebe US$ 50 mil, além de US$ 100 mil em créditos para compra de produtos Google. “Foi uma experiência incrível, em que estivemos em contato com profissionais brilhantes, com a cultura do Google, além de fortalecer o networking”, destacou Christian.
O empreendedor e professor Francisco Rolfsen Belda, sócio-fundador da Editora Casa da Árvore, contribuiu com a discussão sobre as formas de investimentos. “Todo capital é de risco, a questão é quem assume o risco: ora é o banco, ora a instituição de ensino, e ora o próprio empreendedor para acelerar seu negócio”, citou.
Belda também pontuou algumas questões a serem observadas pelo empreendedor que recebe investimentos externos, mas considera “salutar” essa captação, pois “a empresa tem capacidade de se colocar como um player mais competitivo, num mercado que sem o investidor, ela dificilmente teria acesso”. Para o empreendedor, falta o incentivo à criação de um ecossistema empreendedor brasileiro, os casos de empresas investidas são poucos. “Uma das razões para que não tenhamos um ecossistema, são os programas das universidades que tendem a uma cultura muito acadêmica de inovação, não existe uma interlocução com o mercado como acontece em outros países, inibindo assim os jovens empreendedores brasileiros”, argumentou.
O PME Talks é um evento mensal realizado pela Academia PME, em Araraquara (SP), com o propósito de discutir temas relevantes do empreendedorismo, promovendo a transformação de negócios através da divulgação das melhores práticas empreendedoras, além da promoção do networking entre os participantes.
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