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UFRJ - Faculdade de Letras

Onde publico meu trabalho? Parte 1

Publicado em 29 agosto 2018

Quando um aluno me faz essa pergunta, em geral lhe respondo que preferencialmente procure periódicos acadêmicos com revisão por pares e alto fator de impacto (FI) – e, lógico, que tenha relação com o tema do artigo. Isso porque se um trabalho está publicado num periódico com avaliação por pares e alto fator de impacto (FI), o pressuposto é que deve ser bom, isto é, CONFIAMOS que deve:

ser inovador e relevante, ter metodologia aceita, fornecer evidências para a hipótese e basear-se numa pesquisa executada sem violações da ética Que é FI?

“O Fator de Impacto, abreviado como FI, é uma medida que reflete o número médio de citações de artigos científicos publicados em determinado periódico. É empregado frequentemente para avaliar a importância de um dado periódico em sua área, sendo que aqueles com um maior FI são considerados mais importantes do que aqueles com um menor FI. (Wikipedia)

Para o programa de pós-graduação, é importante onde o artigo é publicado A avaliação dos programas de pós-graduação pela CAPES/ Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, agora a cada quatro anos, leva isso em conta.

De avaliação de periódico a avaliação de autor

A avaliação de periódicos acaba por se refletir na do autor de um artigo publicado: quanto maior o FI do periódico, maior a reputação decorrente para o autor.

Eugene Garfield (1925-2017), o criador do FI, parecia não concordar com a nova finalidade atribuída à sua criação:

The term “impact factor” has gradually evolved, especially in Europe, to describe both journal and author impact. This ambiguity often causes problems. It is one thing to use impact factors to compare journals and quite another to use them to compare authors. Journal impact factors generally involve relatively large populations of articles and citations. Individual authors, on average, produce much smaller numbers of articles although some are phenomenal. (Garfield, 2005)

Como assinalava o Prof. Emérito da USP Maurício da Rocha e Silva numa entrevista à Pesquisa Fapesp em 2012,

Todas as revistas têm uma distribuição de citações assimétrica. Quer dizer, 20% dos artigos concentram 50% das citações e os 20% mais baixos concentram 3% das citações. De maneira que no New England Journal of Medicine a revista médica de mais alto impacto do mundo, por exemplo, tem 20% de artigos que são muito pouco citados. Isso vale para qualquer revista.

[Continua no próximo ]