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"Onde as Ondas Quebram" tem pré-lançamento em Ribeirão (4 notícias)

Publicado em 02 de julho de 2023

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O longa-metragem “Onde as Ondas Quebram”, que conta a história da imigração japonesa no Brasil, dirigido pela ribeirão-pretana Inara Chayamiti, terá uma sessão gratuita, seguida de debate e roda de conversa com convidados, no dia 4 de julho, às 19h, no Theatro Pedro II – Auditório Meira Júnior.

Haverátambém uma roda de conversa do público com a mestra em Antropologia Social e graduada em Letras pela UFSCar, com fomento da Fapesp nas duas pesquisas desenvolvidas, Paula Sayuri Yanagiwara; o doutor em Antropologia Social pela UFSCar, pós-doutor pela FAPESP, ex-fellow de Japanese Studies da Japan Foundation e editor do japanologia.com, Victor Hugo Kebbe e a diretora do filme Inara Chayamiti. Mediação do sócio fundador da Oficina Literária Puntel, escritor e professor de produção de textos e oratória, Luiz Puntel. São 177 lugares e quatro para cadeirantes.

Posteriormente, o filme segue para Santos, no litoral paulista. A itinerância começou em São Paulo, capital, no dia 17 de junho de 2023, e passou por Londrina e Arapongas, no Paraná. No total, são nove exibições do circuito cultural em cinco cidades brasileiras.

No filme, a documentarista investiga sua identidade fragmentada colando peças da história de sua família e da saga nipo-brasileira, marcadas por duas diásporas entre lados opostos do mundo: Brasil e Japão. Partindo de um ponto de vista autêntico e de uma busca curiosa e afetiva, o filme constrói pontes geracionais e culturais, levantando fatos históricos e atuais, questões pessoais e universais.

O filme teve apoio do Museu da Imigração do Estado de São Paulo, Museu Histórico de Londrina (acervo filmográfico de Hikoma Udihara), Museu Histórico da Imigração Japonesa no Brasil, Bunkyo – Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e de Assistência Social, Museu da Emigração e Centro de Intercâmbio Cultural de Kobe, Instituto Moreira Salles (acervo fotográfico de Haruo Ohara), Logan Nonfiction Program, Café Altinópolis, Maria Fumaça Campinas / Associação Brasileira de Preservação Ferroviária, Trama Fantasm, Your Podcast, MommaLaw – Müller Mazzonetto, marmiroli comunicação, REN Brasil, Embaixada do Japão no Brasil, Imago Machina, Associação Japonesa de Santos e Prefeitura de Makurazaki.

Mais informações sobre o filme e a agenda no site: www. ondeasondasquebram.com.

Busca de identidade

Quando a documentarista Inara Chayamiti migra do Brasil para os Países Baixos, descobre-se estrangeira em sua própria terra natal. Ela, que se considerava uma típica brasileira no caldeirão do país, percebe agora o seu não-lugar: vista como japonesa demais no Brasil e nada japonesa no Japão. Começa então a buscar sua identidade fragmentada investigando a história de sua família.

Como na arte japonesa de reparar cerâmicas com ouro, ela cola peças dessa história marcada por duas diásporas entre lados opostos do mundo: Brasil e Japão. Ao usar ouro em sua cola, o kintsugi valoriza a imperfeição e a história de cada peça.

Por considerar-se brasileiro, o pai de Inara rompeu com tradições japonesas e até mesmo casou-se com a mãe de Inara, uma “gaijin” (“estrangeira”) para a decepção de sua família. Sua batchan (avó), nascida no Brasil, define-se como japonesa sem titubear. Seus tios vivem no Japão há30 anos enquanto brasileiros. E apesar de suas primas terem nascido lá, elas são brasileiras que só conhecem o Japão.

Afinal, o que torna uma pessoa brasileira, japonesa ou de qualquer lugar? Nascer em um lugar ou em outro? Crescer láou aqui? Entender sua cultura e língua? Amar um lugar? E o que significa ser vista como amarela? Como foi isso para seus bisavós e avós?

Em sua jornada por respostas, ela percebe o quanto desconhece as memórias familiares e a história coletiva. Descobre que sua “batchan” (expressão que significa vovozinha), aos seis anos de idade, estava entre milhares de japoneses e descendentes que perderam tudo por serem vistos como inimigos no Brasil durante a Segunda Guerra. Porém, ela descobre que essa hostilização, na forma de racismo e xenofobia, jáocorria muito antes da guerra.

Como entender essas histórias invisibilizadas a partir da perspectiva de hoje e trazer mais peças para o kintsugi da própria brasilidade?

Sobre a documentarista

Documentarista nipo-brasileira residente em Portugal, Inara Chayamiti conta histórias de não-ficção há 14 anos. Em seus trabalhos, as pessoas são protagonistas de suas próprias narrativas.

Entre suas obras estão: “Yzalú- Rap, Feminismo e Negritude” (exibido por In-Edit Brasil, Curta Kinoforum, MIMO e outros cinco festivais; finalista da Semana Paulistana do Curta-Metragem, Prêmio CineB Solar); “Raam” (Prêmio do Público do SHIFT Film Festival/ Cinesud); e “Volta na Quadra” (Prêmio NETLABTV e patrocinada pela Folha de S. Paulo).

Foi fellow no Logan Nonfiction Program com o longa “Onde as Ondas Quebram”, que foi finalista no Sundance Documentary Fund e no Berlinale Talents.

Por meio de sua produtora, trabalhou para Greenpeace, Google, Marie Claire, Fundação CA, GOL, entre outros. Durante duas temporadas, integrou a equipe internacional de “Legends Rising”, da Riot Games.

Foi videojornalista na TV Folha e nas editoras Globo e Abril. Formou-se em Jornalismo pela Universidade Estadual de Londrina, foi integrante do Curso Abril de Jornalismo e do laboratório NETLABTV, fez especialização em cinema na universidade Anhembi Morumbi e estudou documentário no UnionDocs (NY). Fez ainda cursos focados em cinematografia, impacto, roteiro e empreendedorismo.