No dia 3 de dezembro foi ministrada a “Oficina de mapeamento colaborativo de espaços urbanos para promoção da saúde e formulação de novas políticas”, por Carolina Carvalho e Alberto Urbinatti (Faculdade de Saúde Pública da USP), como parte do curso de extensão “Saúde Ambiental na Macrometrópole Paulista”, dentro do Projeto Temático de Pesquisa “Governança ambiental na Macrometrópole Paulista face à variabilidade climática” (Processo Fapesp 2015/03804-9), nas instalações da FMU (Faculdades Unidas Metropolitanas), em São Paulo.
A oficina abordou a questão das áreas verdes urbanas e mobilidade (foco no conceito de walkability) e as atuais políticas, com o objetivo de ensinar o processo de mapeamento participativo e utilizá-lo como instrumento para diagnostico e co-criação de soluções e novas políticas para cidades mais justas e sustentáveis.
Conceitos iniciais foram ministrados, desde políticas atuais até a teoria e o passo a passo do mapeamento participativo, assim como o conceito de Walkability, que nada mais é do que a “caminhabilidade” do local onde você mora, cujo objetivo é transformar cidades em locais mais saudáveis e agradáveis para se viver. Em seguida a parte prática se iniciou, na qual foi mapeada a percepção dos alunos quanto às áreas verdes que costumam frequentar ou cruzam diariamente, e os problemas relacionados a ela, como manutenção, segurança, se o local é agradável ou não, etc. A ferramenta utilizada foi o Mapa Falante, uma representação gráfica da realidade local a partir da percepção dos participantes, que permite definir locais prioritários para a intervenção, bem como ações mais urgentes. Em um segundo momento, foi solicitado que os alunos mapeassem trajetos caminháveis em sua rotina, dentro de uma escala de tempo (trajetos menores do que 5 minutos, 5-10 minutos, 10-20 minutos e mais de 20 minutos), não esquecendo de marcar as percepções do caminho mapeado, e quais as razões de escolha desse trajeto.
Mapa falante elaborado pelos alunos do curso.
Foi um exercício excelente para mapear certas regiões da cidade de São Paulo, e observar os principais desafios que precisam ser enfrentados pelas próximas gestões, e contemplados pelas políticas, como população de rua, transporte, descarte de resíduos, água, uso inadequado do solo, etc. E desafios específicos destas regiões, como a acessibilidade ao transporte e às áreas verdes, o cuidado com essas áreas, de modo a não ficarem abandonadas e por consequência, serem regiões de ocorrência de crime, a segurança e a iluminação, a questão da desigualdade e do gênero no acesso às áreas verdes e também seus impactos no simples ato de caminhar na cidade ou de utilizar um meio de transporte.
Em breve o material produzido pelos alunos será analisado, digitalizado em software de geoprocessamento e publicado neste blog.