Retratar por meio da arte as espécies botânicas do Cerrado do município de Botucatu e região tem sido uma das vertentes de projetos coordenados pela professora Silvia Rodrigues Machado, do Instituto de Biociências (IB), Câmpus de Botucatu, nos últimos 10 anos. No final de 2011, a obra Cerrado: bioma a ser salvo, da artista plástica Margherita Leoni, que contém ilustrações de várias plantas, foi adquirida pela Fondazione Creberg, da Itália, onde está em exposição permanente.
No trabalho há predominância de imagens do pequi (Caryocar brasilense), além de espécies como murici (Byrsonima crassifolia), pinha-do-cerrado ou araticum (Annona crassiflora), rosa-do-cerrado (Kielmeyera rubriflora) e pau-santo (Kielmeyera coriacea). "Pretendemos sensibilizar a comunidade e tentar mostrar a beleza das cores e formas do cerrado por meio da divulgação das espécies contempladas pelos projetos que desenvolvemos", explica a professora Silvia.
Os trabalhos de pintura em aquarela são desenvolvidos pelas ilustradoras botânicas Margherita Leoni, Zelinda Jordão Milian e Mônica Stein Aguiar. Obras artísticas produzidas com esse objetivo podem ser vistas no Herbário Irina Delanova Gemtchujnicov, localizado no IB.
"Quando pintamos e escolhemos uma espécie para representá-la, procuramos valorizar e evidenciar as suas características peculiares", diz Margherita. "Dedicamos à planta o nosso tempo, as nossas energias e, com esta convivência, buscamos as informações morfológicas botânicas, mas também procuramos a sua intimidade, a sua unicidade tão preciosa e especial, que infelizmente observamos e valorizamos muito pouco."
A ação é parte do projeto de pesquisa Estudos morfológicos em espécies vegetais do cerrado paulista, que tem apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), e também integra o estudo Espécies vegetais medicinais e tóxicas do cerrado paulista, financiado pela Pró-Reitoria de Pesquisa da Unesp e pelo CNPq.