Notícia

Koka

O vírus SARS-CoV-2 pode permanecer nos espermatozoides por até 110 dias, aponta estudo da USP (106 notícias)

Publicado em 01 de junho de 2024

Um estudo realizado pela Universidade de São Paulo (USP) revelou que o vírus SARS-CoV-2, responsável pela covid-19, pode permanecer nos espermatozoides por até 110 dias após a infecção e até 90 dias após a alta hospitalar. Essa descoberta levou os pesquisadores a recomendarem um período de quarentena para aqueles que desejam ter filhos, conforme publicado na revista científica Andrology.

A infecção pelo vírus da covid-19 já havia sido associada a danos em diversas células e tecidos do corpo humano. No caso do sistema reprodutivo, o vírus utiliza os testículos como porta de entrada, afetando a qualidade do sêmen. Embora o SARS-CoV-2 tenha sido identificado em testículos em autópsias, sua presença no sêmen humano é rara nos testes de PCR.

Para identificar a presença do vírus, os pesquisadores da USP, com apoio da FAPESP, utilizaram técnicas de PCR em tempo real para detectar o RNA do vírus, além da microscopia eletrônica de transmissão. As amostras foram coletadas de 13 pacientes com idades entre 21 e 50 anos, que haviam sido diagnosticados com covid-19 em diferentes graus de gravidade.

Embora todos os pacientes tenham testado negativo para o SARS-CoV-2 no sêmen por meio de PCR, o vírus foi detectado nos espermatozoides de oito dos 11 pacientes com infecção moderada a grave até 90 dias após a alta hospitalar, o que representa 72,7% dos casos analisados. Alguns pacientes com infecção leve também apresentaram o vírus, assim como deformações nos espermatozoides, mesmo na ausência do vírus no microscópio.

Outro achado interessante foi a observação de que os espermatozoides utilizam o DNA celular para criar "armadilhas", mesmo na ausência do material genético viral intracelular.