A injeção de aerossóis na atmosfera terrestre é uma das estratégias aventadas para o combate às mudanças climáticas. Tal medida diminuiria a quantidade de luz solar que chega ao planeta, mas seus efeitos colaterais negativos poderiam ser maiores do que os positivos. Como explica a reportagem de capa da edição de setembro de Pesquisa FAPESP, o tema é tão controverso que alguns cientistas são contra até que se faça pesquisa sobre as técnicas de geoengenharia solar. Isso porque elas não têm impacto na redução das emissões de gases de efeito estufa, que causam o aumento da temperatura da Terra. Ainda que se mostrem relativamente seguras e eficientes em esfriar temporariamente o planeta, seriam, no máximo, paliativas.
Outro tema abordado é a cobertura vacinal entre crianças de até 2 anos de idade. Após seis anos consecutivos de queda, a taxa de vacinação voltou a subir em 2022. Especialistas atribuem retomada a ações dos municípios e de outras esferas de governo, entre elas a busca ativa pelas crianças. Entretanto, nenhum dos imunizantes voltou aos patamares de 2015, quando a cobertura de praticamente todos alcançava os valores recomendados internacionalmente.
O entrevistado do mês é Adalberto Val, biólogo paulista que desvendou os mecanismos de adaptação biológica dos peixes da Amazônia. Nos últimos anos, diante das mudanças na região, como a expansão populacional, a poluição e o desmatamento, agravadas pelo aquecimento global, ele começou a ver se os peixes poderiam sobreviver a outra reviravolta ambiental, como as que passaram ao longo de milhões de anos. Descobriu que algumas espécies são mais resistentes que outras, mas de modo geral os organismos aquáticos são bastante sensíveis a variações de temperatura. Essa descoberta explica a mortandade de peixes e botos durante a seca que atingiu a Amazônia em 2023, quando a água chegou a 40,9°C.