O planeta anão Quaoar tem um anel grande demais para seus dedos metafóricos. Enquanto todos os outros anéis do sistema solar estão dentro ou perto de uma distância matematicamente determinada de seus corpos pais, o anel de Quaoar está muito mais distante.
“Para Quaoar, o anel estar fora desse limite é muito, muito estranho”, diz o astrônomo Bruno Morgado, da Universidade Federal do Rio de Janeiro. A descoberta pode forçar um repensar das regras que regem os anéis planetáriosMorgado e seus colegas dizem em um estudo publicado em 8 de fevereiro em Natureza.
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Quaoar é um corpo gelado com cerca de metade do tamanho de Plutão, localizado no Cinturão de Kuiper, na borda do sistema solar (SN: 23/08/22). A uma distância tão grande da Terra, é difícil obter uma imagem clara do mundo.
Então Morgado e seus colegas observaram Quaoar bloquear a luz de uma estrela distante, um fenômeno chamado ocultação estelar. O momento em que a estrela aparece e desaparece de vista pode revelar detalhes sobre Quaoar, como seu tamanho e se possui uma atmosfera.
Os pesquisadores coletaram dados de ocultações de 2018 a 2020, observados em todo o mundo, incluindo Namíbia, Austrália e Granada, além do espaço. Não havia sinal de que Quaoar tivesse uma atmosfera. Mas, surpreendentemente, havia um anel. A descoberta torna Quaoar apenas o terceiro planeta anão ou asteroide no sistema solar conhecido por ter um anel, depois do asteroide Chariklo e do planeta anão Haumea (SN: 26/03/14; SN: 11/10/17).
Ainda mais surpreendente, “o anel não está onde esperávamos”, diz Morgado.
Anéis conhecidos em torno de outros objetos estão dentro ou perto do chamado limite de Roche, uma linha invisível onde a força gravitacional do corpo principal desaparece. Dentro do limite, essa força pode rasgar uma lua em pedaços, transformando-a em um anel. Do lado de fora, a gravidade entre as partículas menores é mais forte do que a do corpo principal, e os anéis se fundem em uma ou várias luas.
“Sempre pensamos em [the Roche limit] tão simples”, diz Morgado. “Um lado é uma lua se formando, o outro lado é um anel estável. E agora esse limite não é um limite.”
Para o anel distante de Quaoar, existem algumas explicações possíveis, diz Morgado. Talvez os observadores tenham captado o anel no momento certo, pouco antes de ele se transformar em lua. Mas esse momento de sorte parece improvável, observa ele.
Talvez a lua conhecida de Quaoar, Weywot, ou alguma outra lua invisível contribua com a gravidade que mantém o anel estável de alguma forma. Ou talvez as partículas do anel estejam colidindo de tal forma que evitem grudar e se aglomerar nas luas.
As partículas teriam que ser particularmente saltitantes para que isso funcionasse, “como um anel daquelas bolas saltitantes de lojas de brinquedos”, diz o cientista planetário David Jewitt, da UCLA, que não esteve envolvido no novo trabalho.
A observação é sólida, diz Jewitt, que ajudou a descobrir os primeiros objetos no Cinturão de Kuiper na década de 1990. Mas ainda não há como saber qual das explicações é correta, se houver, em parte porque não há previsões teóricas para tais anéis distantes para comparar com a situação de Quaoar.
Isso é normal quando se trata do Cinturão de Kuiper. “Basicamente, tudo no Cinturão de Kuiper foi descoberto, não previsto”, diz Jewitt. “É o oposto do modelo clássico de ciência em que as pessoas preveem coisas e depois as confirmam ou rejeitam. As pessoas descobrem coisas de surpresa e todos se esforçam para explicá-las.”
Mais observações de Quaoar, ou mais descobertas de anéis aparentemente fora de lugar em outras partes do sistema solar, podem ajudar a revelar o que está acontecendo.
“Não tenho dúvidas de que em um futuro próximo muita gente começará a trabalhar com a Quaoar para tentar obter essa resposta”, diz Morgado.
Source: Science News by www.sciencenews.org.
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