Um grupo de pesquisadores brasileiros descobriu indícios da primeira saída de hominídeos da África. A descoberta, que acrescenta novas informações sobre a história da evolução humana, foi realizada por uma equipe de arqueólogos e geólogos do Brasil e do exterior, e entre eles está o professor Giancarlo Scardia, do Instituto de Geociências e Ciências Exatas (IGCE) da Unesp de Rio Claro.
A pesquisa apresentada na última quinta-feira, dia 4 de julho, no Instituto de Estudos Avançado da Universidade de São Paulo (IEA-USP), é baseada em evidências arqueológicas desenterradas pelos pesquisadores no vale do rio Zarqa, na Jordânia, próximo à capital Amã.
O grupo de pesquisadores formado pelo professor Giancarlo Scardia, Walter Neves (USP) e Fabio Parenti (UFPR), além de outros colaboradores internacionais, descobriu centenas de ferramentas de pedra lascada com 1,9 milhão a 2,5 milhões de anos de idade, claramente produzidas por mãos humanas. A descoberta indica que a espécie que teria saído da África pela primeira vez teria sido o Homo habilis, e não o Homo erectus, e isso teria acontecido 500 mil anos antes do que se pensava.
Nascido na Itália, Giancarlo é vinculado à Unesp desde 2014, onde leciona no Departamento de Geologia Aplicada. Nesta entrevista, o pesquisador de Rio Claro explica o conteúdo e o impacto da pesquisa, e detalha sua participação dentro da equipe.