Notícia

Jornal da Unesp

O nascimento da RedeBio - Projeto busca desenvolvimento sustentável

Publicado em 01 julho 2003

Por Genira Chagas
Dentro de sua política de estimular pesquisas de conservação da biodiversidade do Estado, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) lançou, em 5 de junho último, em comemoração ao Dia do Meio Ambiente, dentro do Projeto Biota, a Rede Biota de Bioprospecção e Bioensaios (RedeBio). A idéia, segundo a farmacêutica Vanderlan Silva Bolzani, do Instituto de Química (IQ) da UNESP, campus de Araraquara, é estender para toda a comunidade de cientistas do Estado de São Paulo a mesma possibilidade de sucesso alcançado pelo projeto "Conservação e uso sustentável da diversidade vegetal do Cerrado e da Mata Atlântica: diversidade química e prospecção de novas drogas". Esse Projeto, coordenado por ela e inserido no âmbito do Programa Biota/Fapesp, pesquisa plantas com propriedades antioxidantes, antifúngicas e antitumorais com potencial para a fabricação de fitoterápicos e/ou protótipos de fármacos potenciais. "O Biota está dando os primeiros resultados, com parceria com uma indústria de medicamentos", comenta a farmacêutica. Segundo a farmacêutica Vanderlan, enquanto o Projeto Biota tem como objetivo o mapeamento da biodiversidade do Estado, a RedeBio visa realizar a sua bioprospecção com o foco no desenvolvimento sustentável e na comercialização de produtos, inclusive com a realização de parcerias com indústrias de medicamentos, de cosméticos e de agrotóxicos, entre outras. "Temos a competência para essa realização, falta integrar os pesquisadores em torno de um objetivo comum", explica. De acordo com a pesquisadora do IQ, o Biota, antes restrito ao mapeamento e estudos de ecologia de vegetação, peixes e insetos, entre outros, agora passa também a pesquisar produtos não apenas em plantas, mas também em microorganismos, fungos macroscópicos, invertebrados (inclusive marinhos) e vertebrados. "A RedeBio está vinculada ao Biota-FAPESP e poderá ser um subprograma permanente", enfatiza Vanderlan, lembrando que o bom desempenho da RedeBio pode ajudar a reduzir a biopirataria. "A RedeBio, se bem-sucedida, tem potencial para reverter parte dos rendimentos advindos dos produtos das suas pesquisas para financiar a conservação de parques e reservas do Estado", finaliza.