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Direto da Ciência

O meio ambiente após a ressaca do 1º turno

Publicado em 03 outubro 2016

Por Maurício Tuffani

As eleições municipais ofuscaram nos últimos dias notícias relevantes na área de meio ambiente. No final da semana retrasada, o Blog do Planeta, da Época, e Direto da Ciência, em parceria com o UOL, revelaram que o governo de Michel Temer (PMDB) vinha segurando pelo menos desde junho os dados da revisão do corte raso nas florestas da região de 2014 a 2015, ainda na gestão de Dilma Rousseff, que na verdade foi 24% maior que no período anterior, e não 16% como havia sido calculado antes.

Alerta para o clima

Na quinta-feira (29/set), foi a vez do documento “The Truth About Climate Change” (A verdade sobre a mudança climática), assinado por pesquisadores veteranos de diversos países e coordenado por Robert Watson, ex-presidente do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas das Nações Unidas (IPCC). O texto faz o alerta de que são necessárias ações mais drásticas que as estabelecidas no Acordo de Paris para impedir que seja superado já em 2050 o teto considerado seguro de 2oC de aumento da temperatura média global acima dos níveis pré-industriais, que tem sido previsto para o final deste século. A notícia foi divulgada no mesmo dia pelo Observatório do Clima e também nesta segunda-feira (3/out) pela Agência Fapesp.

Emenda não ratificada

Ainda sobre o Acordo de Paris, na terça-feira (27) Direto da Ciência publicou o artigo “Acordo de Paris não dispensa ratificar emenda ao Protocolo de Quioto”, da Mauro Meirelles de Oliveira Santos, especialista em inventários de gases de efeito estufa e revisor junto à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) dos inventários de emissões de gases estufa dos países industrializados. Nesse texto Meirelles explica que o país precisa ratificar também a chamada Emenda de Doha, inclusive para que possam negociar créditos de carbono.

Metas do clima desajustadas

Vale a pena recapitular também que no sábado (1º/out), Carlos Rittl, secretário-executivo do Observatório do Clima, chamou a atenção para o fato de que o Brasil reavaliou sua estimativa de emissões de gases estufa até 2005, mas ainda não reajustou seus compromissos de redução que haviam sido baseados nessa estimativa. Confira no artigo “Brasil pode ‘pagar mico’ por desajuste em meta do Clima”.

Água e florestas

Outra notícia que não pode ser esquecida é a da reportagem “Rio Tietê só tem água boa onde tem mata ao seu redor”, da jornalista Giovana Girardi, publicada em seu blogAmbiente-se, no Estadão, baseada em um monitoramento inédito feito pela Fundação SOS Mata Atlântica. Embora seja um resultado previsível, como diz a própria repórter, as regiões com maior cobertura vegetal do maior rio do estado de São Paulo são as que correspondem à melhor qualidade de água.

Justiça e controle do tabaco

A Aliança de Controle do Tabagismo (ACT) promove nos próximos dias 5 e 6 o 2º Congresso Internacional “O Poder Judiciário e o Controle do Tabaco”, na Faculdade de Direito da Universidade de Brasília. “Até o momento, a Justiça brasileira não deu a palavra final sobre a validade de políticas públicas de controle do tabagismo, em ações propostas pela indústria do tabaco, e também não reconheceu em última instância a responsabilidade civil dessa indústria pelos danos causados a seus consumidores, em total descompasso com o consenso científico”, afirma em nota a ACT, que organiza o evento em parceria com o Instituto Brasileiro de Política e Direito do Consumidor (Brasilcon), da Escola Nacional de Magistratura (ENM), do Instituto Nacional de Câncer (Inca) e das ONGs Campaign for Tobacco Free Kids e Union. Confira a programação.