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O maior lago do mundo é descoberto em pesquisa liderada pela USP (165 notícias)

Publicado em 09 de fevereiro de 2024

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Por Paolla Yoshie

Uma pesquisa inédita sobre um megalago, que se estendia do leste das montanhas dos Alpes até as regiões hoje anexadas ao Cazaquistão, fez a Universidade de São Paulo (USP) entrar, pela primeira vez, para o Livro dos Recordes, o Guinness World Records 2024. O reconhecimento veio após a descoberta do gigantesco corpo de água chamado Paratethys, que existiu há aproximadamente onze milhões de anos, no continente Europeu. Este fenômeno geográfico passou a ser chamado oficialmente de ‘O maior lago de todos os tempos’, graças a recentes pesquisas lideradas pelo cientista Dan Palcu, com uma equipe de pesquisadores do Instituto Oceanográfico da USP e colaboradores.

O time de pesquisadores, liderado por Palcu, doutor em Geociências, revelou as dimensões impressionantes do megalago, em um estudo publicado em junho de 2021, com o apoio da agência FAPESP. A fim de dimensionar a relevância desse acidente geográfico foi utilizada uma técnica magneto-estratigrafia, que utiliza as inversões de polaridade do campo magnético da Terra nas rochas como uma ferramenta de datação e reconstruções paleogeográficas digitalizadas. A partir da aplicação desse método científico, Palcu e sua equipe conseguiram determinar – com precisão – o tamanho e o volume do Paratethys.

Os resultados mostram que o Paratethys abrangia uma área colossal de aproximadamente 2,8 milhões de quilômetros quadrados, preenchida com mais de 1,8 milhão de quilômetros cúbicos de água salobra. Esse volume é mais de dez vezes superior ao combinado de todos os lagos atuais de água doce e salgada no mundo hoje.

“Durante muito tempo, acreditou-se que ali existia um mar pré-histórico, conhecido como Mar Sármata. Agora, temos evidências de que, ao longo de cinco milhões de anos, este mar tornou-se um lago isolado do oceano e cheio de animais nunca vistos em outros lugares ao redor do globo”, revela Palcu.

O extraordinário megalago Paratethys abrigava uma fauna endêmica única, incluindo a Cetotherium riabinini, a menor baleia já registrada. Outro fato curioso é a presença de botos – similares aos botos da Amazônia, que assim como no Brasil, eram golfinhos que ficaram presos no lago quando a conexão com o mar terminou. A equipe de Palcu revelou as fascinantes características dessa fauna e ainda a história turbulenta do Paratethys, marcada por crises hidrológicas e períodos de seca.

Durante a crise mais severa, o megalago sofreu uma redução de mais de dois terços da sua extensão e um terço do seu volume, com a queda do nível da água em até 250 metros. Essa transformação teve um impacto devastador na fauna, resultando na extinção de muitas espécies.

O cientista enfatiza o significado de sua pesquisa para diferentes áreas do saber: “Nossas investigações vão além da simples curiosidade. Elas revelam um ecossistema que responde de forma extremamente aguda às flutuações climáticas. Ao explorar os cataclismos que este antigo megalago sofreu, como resultado das alterações climáticas, obtemos informações valiosas que podem elucidar potenciais crises ecológicas. É uma forma de entender as crises desencadeadas por mudaças no clima pelas quais o nosso planeta atravessa atualmente, possibilitando descobertas sobre a estabilidade de bacias de águas tóxicas como o Mar Negro”, confessa.

Pesquisa para Combater o Efeito Estufa Global

Palcu explica que o Mar Negro moderno é um reflexo de várias características ambientais do antigo homólogo, o Paratethys. As profundezas do Mar Negro, em grande parte carentes de oxigênio essencial para a vida, apresentam águas abundantemente carregadas com sulfureto de hidrogénio, um gás tóxico prejudicial tanto para os seres humanos como para a maioria das espécies animais.

Além disso, os sedimentos do Mar Negro abrigam metano congelado, um gás de efeito estufa extremamente potente, que pode ser liberado na atmosfera em resposta ao aquecimento global, desencadeando uma série de catástrofes ambientais. Palcu, que atualmente investiga a resiliência destas regiões ecologicamente frágeis, diante das mudanças climáticas e das alterações provocadas pelo homem, destaca que desvendar a história do Paratethys não é apenas uma jornada para um passado trágico, mas também uma luz de esperança para o futuro. “O Mar Negro tem potencial para se tornar uma das maiores regiões naturais de armazenamento de carbono da Terra. A sua estabilidade é de suma importância para desbloquear a sua capacidade para futuras iniciativas de armazenamento de carbono e para prevenir futuros desastres ecológicos”, conclui.

Inspiração para as Futuras Gerações: Uma Jornada na Exploração Científica

O Dr. Dan Palcu reforça que a Pesquisa da USP pode servir de inspiração para novas gerações de futuros cientistas, impulsionados pela fascinante missão de preservação do planeta. “Atualmente, estou ativamente envolvido em orientar jovens pesquisadores brasileiros que se especializam no Reino Unido e na Holanda para estudar os megalagos do Pré-Sal, o Paratethys e os lagos do leste da África. É uma forma de entender a evolução humana, a partir de investigações sobre um antigo megalago que existiu no sul do Brasil antes da era dos dinossauros”, contou.

Guinness World Records 2024

Ganhar um lugar de destaque no Guinness World Records 2024 é uma grande conquista que derruba os muros entre a ciência e o público geral. Desde a sua criação, em 1954, o Guinness World Records vendeu mais de 150 milhões de livros em mais de 100 países e é traduzido para mais de 40 idiomas.

A pesquisa do megalago contou com anos de expedições ao Leste da Europa e à Ásia, além de muitas investigações laboratoriais na Holanda e no Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo, no Brasil. O estudo foi uma colaboração entre a Universidade de São Paulo (Brasil), a Universidade de Utrecht (Holanda), a Academia Russa de Ciências (Rússia), o Centro Senckenberg de Pesquisa em Biodiversidade e Clima (Alemanha) e a Universidade de Bucareste (Romênia), financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), liderado pelo Dr. Dan Palcu.

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