Há muito, muito tempo, criaturas esquisitas, bizarras e completamente estranhas caminhavam sobre a terra, mas isso é praticamente o que acontece em toda eleição presidencial. O que estou falando hoje é sobre algo ocorrido há 113 milhões de anos, quando o Brasil já era o país do futuro e um predador minúsculo tocava o terror: a formiga-do-inferno (Vulcanidris cratensis).
Recentemente, pesquisadores encontraram um fóssil dessa espécie no nordeste do Brasil, tornando-se o registro mais antigo de uma formiga já descoberto, tendo muito bem conhecido o Sarney e o Antônio Carlos Magalhães.
Este ser das trevas possuía uma estrutura predatória única. Pertencente à subfamília Haidomyrmecinae, um grupo extinto que viveu exclusivamente durante o Cretáceo. O diferencial dessas criaturas enviadas por Nosso Senhor Satã eram suas mandíbulas em forma de foice (sem martelo), que provavelmente serviam para prender ou empalar presas. Diferente das formigas modernas, essas adaptações indicam um comportamento de caça altamente especializado, sugerindo que elas desempenhavam um papel ecológico distinto no ecossistema pré-histórico.
O pesquisador que liderou a pesquisa da formiga pesquisada é Anderson Lepeco, do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (MZUSP, o que soa como o inimigo do Super-Homem), sendo Mestre em Entomologia, e sabemos que mestre é muito melhor que doutor, já que Doutor Yoda parece um médico japonesinho especializado em Proctologia. Mestre Yoda é um jedi foda. Mestre é sempre muito melhor!
Lepeco e sua equipe encontraram o fóssil enquanto examinavam uma das maiores coleções de insetos fósseis do mundo, localizada na Formação Crato, uma região famosa pela preservação excepcional de fósseis. Daí deram de casa com os restos mortais da Dona Formiguinha que o senhor elefante não quis se meter, já que não tinha elefantes por aqui.
Tudo bem que encontrar uma formiga não é o mesmo que achar uma ossada de T-rex, mas é o que tem pra hoje, então, temos que comemorar, ainda mais levando em conta as vultosas (cof cof cof) verbas que a Ciência Brasileira recebe. Eu achei o máximo. Sério!
A pesquisa foi publicada no periódico Current Biology, e como o Lepeco é gente como a gente (eu sei muito bem que ele dá umas checadas no Sci-Hub), o artigo está lá, abertinho para você, meu querido formigófilo.