Por Tamiris Santos
noticiado pela Agência FAPESP em 26/10/2011
Programa FAPESP de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas Globais (PFPMCG) pretende até março de 2012 ampliar o investimento às pesquisas passando a apoiar de 40 até 60 projetos. O anúncio foi realizado pelo coordenador do Programa, Reynaldo Victoria, o qual, ademais de relatar a respeito de 21 projetos em andamento no âmbito do Programa, previu esforços para angariar mais acordos com organizações internacionais.
O PFPMCG foi lançado pela FAPESP em 2008, visando alavancar estudos sistematizar conhecimento científico sobre as consequências das mudanças climáticas e ambientais. Assim, o programa de pesquisas abarca diversas áreas de concentração, a partir da ênfase na temática da biodiversidade: efeitos das mudanças sobre a saúde humana, o equilíbrio da radiação na atmosfera, emissões e mitigação de gases de efeito estufa e funcionamento de ecossistemas. Atualmente, a base de apoio do programa de pesquisa abrange cooperação com 21 instituições internacionais, ademais das fundações de amparo à pesquisa sediadas nos estados do Rio de Janeiro e Pernambuco.
Conforme Victoria, a ideia da ampliação do apoio aos projetos visa contemplar áreas de pesquisa pouco "visitadas" como pesquisas sobre saúde, paleoclima e o papel do Atlântico Sul nas Mudanças Climáticas. Segundo o coordenador, a meta central destes esforços é a consolidação do Brazilian Model of the Global Climate System, com foco na Amazônia e Atlântico Sul, tendo por horizonte de expectativas atender ao desafio do desenvolvimento sustentável.
Apesar de argumentos provenientes da geopolítica a qual diversos intelectuais provenientes da formação militar entrarem em contraponto com os defendidos pelos estudiosos da área ambiental e ativistas, podemos encontrar consensos. Conhecimento é chave para compreensão de fenômenos e formulação de estratégias pautadas na assertividade. Os projetos de fomento à pesquisa, elencando diversos campos de estudo e tendo em vista a produção intelectual e o desenvolvimento da sustentabilidade não podem ser desvinculados de uma estratégia de projeção internacional brasileira, tendo por base o objetivo de fundar um pioneirismo latino americano na sustentabilidade, atendendo às metas estabelecidas em convenções internacionais.
Portanto, não seria errôneo concluir, contemplando acepções do general Carlos de Meira Mattos (2002, p.105) que existe virtudes aproveitáveis na atualidade, isto é, "saber e poder utilizar o instrumental tecnológico em proveito do melhor uso de nossa posição e dos recursos territoriais". A construção das bases do desenvolvimento sustentável perpassa necessariamente na produção intelectual e pesquisa científica de campo. O fomento à concretização destes processos corresponde à uma face do potencial de projeção internacional brasileiro.