Um conjunto de pesquisas começa a avaliar o desempenho de estudantes que entraram na universidade beneficiados por políticas de bônus. São alunos egressos de colégios públicos, negros e índios que têm sua chance ampliada ao receber pontos extras no vestibular. As avaliações mostram que, no final do primeiro ano de faculdade, esses calouros apresentam desempenho melhor do que os vindos de escola particulares. No curso de medicina da Unicamp eles tiveram média de 7,9 em 2005. Seus colegas de colégios privados ficaram com 7,6. Essa superioridade nas notas se repetiu em 31 dos 56 cursos da universidade. Na USP a vantagem foi de até 2,2 pontos no curso de matemática.
"Entre as explicações possíveis destaca-se o traquejo especial dos alunos pobres, porém bem formados, para enfrentar situações desfavoráveis, uma qualidade valiosa no ambiente competitivo de uma universidade de pesquisa que nem sempre é compartilhada com os colegas de classe média, em geral poupados das adversidades pela família", analisou a revista Pesquisa, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo.