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O Brasil precisa de uma educação científica (1 notícias)

Publicado em 21 de agosto de 2019

Querido leitor,

Este não é mais um texto contra o governo e nem mesmo sobre as situações politicas ambientais que estamos vivendo. Estes, são pontos dolorosos demais para ler todos os dias. A leitura, ela tem um poder de nos transportar, de nos levar a lugares pela ampliação do nosso conhecimento, jamais visitados fisicamente antes. Ela tem o poder de nos encantar, nos tirar das duras realidades, compreender o mundo que nos cerca, expandir nosso conhecimento e nos tornar protagonista da nossa própria história e da sociedade a qual pertencemos. Não poderei deixar de uma vez ou outra, tocar nesses pontos como uma forma de embasar meu discurso e clarear sobre o assunto que irei tratar. Porém, a finalidade desse texto é fornecer informações para a construção de um pensamento crítico sobre a importância da ciência na nossa sociedade.

No post de hoje, venho explicar, porquê o Brasil precisa de uma educação científica. Este blog, composto por 4 cientistas é uma forma de, através de uma escrita mais simples e clara, levar até os leitores o que está sendo produzido de mais atual no mundo da ciência. É um forma de conduzi-los através da leitura, nas nossas descobertas, criando uma ponte entre nós e a sociedade. Entender o que faz um cientista e para que serve a ciência, seja talvez, um pontapé inicial para quem sabe aumentar a importância dessas pesquisas para todas as pessoas da sociedade. A ciência não é muito diferente da leitura, amplia os horizontes, rompem explicações empíricas e teóricas desde a origem do mundo e trazem para o cotidiano humano descobertas e soluções no desenvolvimento das sociedades humanas.

Por séculos, cientistas vêm buscando idéias para produzir estruturas baseadas na observação da natureza. Desde a descoberta do fogo, o desenvolvimento da agricultura, geometria, teoria da relatividade até as eras atuais da ciência moderna, do desenvolvimento de vacinas e medicamentos, a ciência é intrínseca de todos os seres humanos, influenciando diretamente no nosso cotidiano. Grandes descobertas como a penicilina, viagra, forno de microondas, raio-x, radioatividade, insulina, vacinas e tantas outras invenções são provenientes de árduas horas de trabalho, experimentos cuidadosos, muitos testes de hipóteses de profissionais altamente especializados e com poucos recursos. Cientistas dedicam a sua vida em busca de respostas e soluções para o desenvolvimento da humanidade. Li a poucos dias em um blog que ” um cientista faz a base pra tudo que existe no mundo”, fornecendo todo o conhecimento necessário para tudo que comemos e usamos.

“Ciência e tecnologia compõem o DNA do modo de produção da vida material, dos mecanismos econômicos que apontam para a prosperidade” (Trecho de artigo de Glauco Arbix, professor titular do Departamento de Sociologia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas e Coordenador do Observatório do Instituto de Estudos Avançados, ambos da USP). A ciência é a base propulsora para o futuro, a medida que proporciona avanços na tecnologia, na saúde, na educação, na alimentação, melhorando o bem-estar humano, reduzindo desigualdades e construindo pontes. Gera desenvolvimento econômico, social e industrial, tendo uma forte correlação entre o grau de desenvolvimento de um país e o desenvolvimento da ciência e da tecnologia.

Paralelo a isso, é curioso pensar que toda criança, é um cientista por natureza. Curiosos, questionadores, seres que descobrem a vida pela observação do todo. Então porquê com o passar do tempo, os questionamentos já não cabem a tantos contextos e o pensamento crítico se torna um fator de incomodo para muitos? Nos últimos dias, a ciência brasileira têm sofrido ataques brutais do governo, cortando os investimentos nas universidades públicas e refutando pesquisas cientificas de impacto do país, ampliando uma série de desastres ambientais (Agenda da morte: um tiro no pé). Se voltarmos na história, em meados do século 20, o progresso na ciência brasileira beneficiou milhões de pessoas. Fundamos instituições como a Academia Brasileira de Ciências (1916), a Universidade de São Paulo (1934) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (1961). Infelizmente, durante a ditadura militar (1964-1985), a perseguição de cientistas, prejudicou a produção de conhecimento no país. Com o fim desse regimes, voltamos a produzir em passos lentos, sobrevivendo a cada mudança de governo. Atacar a base, o ponto central do desenvolvimento é mais que um tiro no pé, é uma estagnação social, politico e econômico. Pensando que a ciência não é partidária, é de fundamental importância uma ampliação da consciência social da necessidade das descobertas científicas.

O Brasil precisa de uma educação científica!

Pensando nisso, a Academia Brasileira de Ciências, desenvolve desde 2017 o Projeto Ciência Gera Desenvolvimento, que por meio de videos ilustrativos, busca conscientizar a população sobre o valor (principalmente financeiro) da produção cientifica para a sociedade. Capacitar tanto crianças, quanto adultos com conhecimento, desenvolvimento de criatividade e habilidades individuais. Dar subsídios e recursos para todas as pessoas terem autonomia e segurança intelectual. Não que a ciência seja uma promessa de “super-humanos” e salvação eterna, mas oferece uma nova possibilidade de interagir com o mundo, com a natureza. Proporciona autonomia ao indivíduo de pensar, da livre escolha do que fazer com o conhecimento, de gostar do desconhecido, do mistério e da possibilidade de reinventar novas realidades. “Existe uma coisa que uma longa existência me ensinou: toda a nossa ciência, comparada à realidade, é primitiva e inocente; e, portanto, é o que temos de mais valioso” (Albert Einstein)

Cientifique-se !

Para saber mais:

Ciência Gera Desenvolvimento

Coalizão Ciência e Sociedade

Pesquisa Fapesp

Projeto identifica cientistas perseguidos pela ditadura militar

Qual a importância da ciência para o desenvolvimento de um país?

Paulo Sérgio Boggio (2019). Science and education are essential to Brazil’s well-being. Nature human behaviour, 1.

Ferrer, M., Thorsteinsdóttir, H., Quach, U., Singer, P. A., & Daar, A. S. (2004). The scientific muscle of Brazil’s health biotechnology. Nature Biotechnology22(12s), DC8.