O diretor científico da Fapesp, José Fernando Perez, tem o maior orgulho dos avanços alcançados pela genomica brasileira, pelos quais é um dos responsáveis.
Ele está entre os idealizadores do projeto de seqüenciamento do genoma da bactéria Xylella fastidiosa, causadora da doença do amarelinho nos laranjais.
Concluído em janeiro de 2000, o seqüenciamento do DNA dessa bactéria colocou o Brasil no mapa da ciência mundial. Nosso objetivo era criar competência e conseguimos, diz.
Para falar sobre o projeto Genoma Funcional do Boi, Perez deu esta entrevista a O Estado de SP:
- O que significa para o Brasil esse projeto?
Perez - Ele tem múltiplos significados. Mas eu destacaria o fato de ter possibilitado, pela primeira vez, uma parceria forte entre uma empresa privada e uma instituição pública, no caso a Fapesp. Isso mostra as oportunidades que a biotecnologia pode oferecer ao país em termos de pesquisa básica, tecnológica e de negócios.
- Isso vai ajudar a consolidar o Brasil como um país de ponta em pesquisas nessa área?
- Certamente. O Brasil não é só competente em genomica como é percebido como tal. Nesse sentido, gosto de citar uma frase, publicada numa reportagem da revista The Economist, em julho de 2000, justamente sobre as nossas pesquisas nessa área. O Brasil é samba, futebol e genomica, escreveram. Quer dizer, aumentaram os itens que fazem o Brasil famoso.
- Qual é o impacto desse projeto para a pecuária nacional?
Perez - Ele vai contribuir para o aumento da sua eficiência, elevando a qualidade da carne, a precocidade sexual dos animais e a sua resistência a parasitas e patógenos (organismos que causam doenças).
(O Estado de SP, 8/5)
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