O Centro Técnico Aeroespacial (CTA) está desenvolvendo tecnologia de materiais absorvedores de radiação eletromagnética (MARE), que deixam aeronaves de combate ou ataque "invisíveis." ao sinal de radares inimigos.
Considerada restrita, a tecnologia que envolve esse tipo de material é dominada hoje por poucos países, com destaque para os Estados Unidos, que já investiu perto de US$ 40 bilhões em projetos que envolvem o conceito "stealth" (secreto ou furtivo, em português).
Segundo o diretor do CTA, brigadeiro Tiago da Silva Ribeiro, o objetivo do projeto MARÉ é atingir o domínio da tecnologia de fabricação desses materiais e aplicá-la em aviões da FAB.
"A nossa expectativa é que daqui a um ano já possamos testar a eficiência desses materiais em algumas aeronaves. O primeiro avião-teste será o Xavante da Embraer", disse.
Para despistar os radares, os aviões invisíveis utilizam vários materiais, entre eles urna pintura especial que absorve o sinal do radar em grande abrangência de espectro. Os aviões também são projetados com uma geometria diferenciada, principalmente nas asas e junções da fuselagem, mais suscetíveis ao sinal do radar. O conceito "stealth" pode ser aplicado ainda em mísseis, aeronaves não tripuladas, navios e tudo o que estiver exposto ao alcance dos radares inimigos.
O uso de materiais absorvedores de radiação, segundo Mirabel Cerqueira Rezende, coordenadora do projeto MARÉ no CTA, é cada vez mais abrangente e envolve aplicações diversas como em televisores, computadores, telefones celulares e equipamentos de comunicação.
"Esse tipo de material evita que circuitos eletrônicos sofram interferência de radiação gerada por motores elétricos ou redes de alta tensão, além de minimizar ou eliminar a presença de radiações danosas ao ambiente", diz.
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Gazeta Mercantil