A contribuição da FAPESP para o avanço das tecnologias de internet e dados e comunicação no Brasil é o tema do 3º fator da série de dez que compõem o ebook FAPESP 60 Anos – Ciência, Cultura e Desenvolvimento, já disponível no site da Fundação.
Intitulado Digital Pioneer, o 3º fator reúne artigos combinados por Demi Getschko, CEO da NIC. br, e João Carlos Salles, Professor de Filosofia e Reitor da Universidade Federal da Bahia (UFBA), além de 3 artigos que descrevem a primeira edição estrangeira do link da FAPESP com o Laboratório Nacional de Aceleração fermi (Fermilab), em Maryland, EUA, até a última pesquisa semelhante à inteligência sintética.
No artigo “De Pirajussara a Pio XI”, Getschko descreve os esforços da equipe para reajustar o Centro de Processamento de Dados (DPC) da Fapesp em 1988 para explorar a conexão. Salles, em seu artigo “A Cidadania do Nada”, analisa o papel decisivo – e ao mesmo tempo ameaçador – da geração para a ação humana.
O primeiro relatório do fator destaca o papel estratégico desempenhado por Oscar Sala, presidente da FAPESP entre 1985 e 1995, na liderança da tarefa de criação da rede ANSP (Rede Acadêmica de São Paulo FAPESP), inaugurada em abril de 1988. A equipe do CPD encarregada de criar uma rede para a entrada da Bitnet, que já reuniu mais de 1. 200 universidades e agências governamentais em dezenas de países. O primeiro acesso à Internet, na sede da FAPESP, data de 6 de fevereiro de 1991.
“O procedimento começou informalmente”, diz Hartmut Richard Glaser, que coordenou a ANSP entre 1996 e 2002 e recentemente é secretário executivo do Comitê Gestor da Internet do Brasil (CGI. br). Esse “procedimento informal” englobaria outras atribuições, desde a alocação do genoma da FAPESP até a Biblioteca Científica Eletrônica Online (SciELO) – ou a conexão entre as bibliotecas das universidades paulistas. “Antes da internet, um pesquisador que estava em Campinas e procurando consultar o acervo da USP [Universidade de São Paulo] estava lá para se mudar para São Paulo”, disse Rosaly Favero Krzyzanowski, coordenadora da biblioteca virtual da FAPESP.
O artigo também destaca o efeito da informatização no controle dos sistemas e processos da FAPESP, como a progressão do Sistema de Assistência gerencial (SAGe), desenvolvido em parceria com o Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife (Cesar), no ponto de liderança do então presidente Carlos Vogt. “O estilo SAGe foi aperfeiçoado ao longo dos anos e outros estabelecimentos começaram a adotá-lo, acrescentando o Centro petrobras de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação [Cenpes]”, disse Silvio Meira, fundador do Cesar.
O artigo do momento, “Revolução Tecnológica”, destaca o estatuto da Rede Nacional de Pesquisa (RNP). “Nosso plano era interligar todo o país. Naquela época, havia quase um triângulo único ligando São Paulo, Rio e Belo Horizonte, quando era obrigatório ter sucesso em todo o litoral e interior do Brasil”, disse Iván Moura Campos, que em 1993 era chefe da Secretaria de Política da Computação (Sepin) do antigo Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT).
O artigo descreve os esforços da Sepin para mobilizar as corporações para entrar no novo mercado, através de um investimento em software e provedores web. “O conceito era o seguinte: o governo de passagem tinha que investir em estudos e progressão, entregar os efeitos às corporações, pegar componentes na regulação da progressão, depois gerir o social, influenciar e depois voltar ao início, aos estudos e à progressão novamente”, disse Silvio Meira, que era membro da equipe da Secretaria, que, em combinação com Moura Campos, Carlos Lucena e Tadao Takahashi, visitou todos os estados brasileiros.
O terceiro artigo, “Inteligência em Informática”, faz um balanço dos efeitos dessa revolução tecnológica. “O envolvimento da Fundação nessa caixa se manifesta tanto na aquisição do mainframe do PC quanto nos centros de pesquisa, inovação e disseminação da caixa de ciência da computação”, afirma Luiz Eugênio Mello, Diretor Científico da FAPESP.
João Eduardo Ferreira, professor do Instituto de Matemática e Estatística da USP (IME) e Coordenador da Rede de Pesquisa e Educação de São Paulo (Rednesp) – antiga Rede ANSP – destaca no artigo os grandes espaços de investimento da FAPESP em tecnologia de dados: infraestrutura e conectividade, infraestrutura de TI e educação e educação de recursos humanos para explorar, expandir e produzir ciências nesses sistemas.
Claudia Bauzer Medeiros, professora do Instituto de Ciência da Computação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e membro da coordenação do programa de estudos da FAPESP em eScience e Data Science, argumenta que a evolução das tecnologias de dados exige investimentos em diversos espaços de estudo e integração com outras áreas do conhecimento.
O artigo também analisa projetos da FAPESP na caixa de inteligência sintética, com a criação do Centro de Inteligência Artificial (C4AI), em parceria com a IBM e a USP, e projetos como o COVID-19 Data Sharing/Br, um repositório com 50 milhões do conhecimento clínico anonimizado de 800 mil pacientes afetados pelo novo coronavírus.
O terceiro fator também entrevistou Lucía Santaella, professora do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Semiótica da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo; Fábio Cozman, professor do Politécnico da USP e diretor do C4AI; Tomasz Kowaltowski, da Unicamp, especialista em linguagens de programação; e Abel Packer da SciELO.
Os dois primeiros problemas do ebook FAPESP 60 Anos – Ciência, Cultura e Desenvolvimento – Seis Décadas de Conquistas e o DNA da Ciência em São Paulo – estão disponíveis na página online em comemoração aos 60 anos da instituição em https://60anos. fapesp. br/.
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Agência FAPESP – A contribuição da FAPESP para o avanço das tecnologias de internet e dados e comunicação no Brasil é o tema do 3º fator da série de dez que compõem o ebook FAPESP 60 Anos – Ciência, Cultura e Desenvolvimento, já disponível no site da Fundação.
Intitulado Digital Pioneer, o 3º fator reúne artigos combinados por Demi Getschko, CEO da NIC. br, e João Carlos Salles, Professor de Filosofia e Reitor da Universidade Federal da Bahia (UFBA), além de 3 artigos que descrevem a primeira edição estrangeira do link da FAPESP com o Laboratório Nacional de Aceleração fermi (Fermilab), em Maryland, EUA, até a última pesquisa semelhante à inteligência sintética.
No artigo “De Pirajussara a Pio XI”, Getschko descreve os esforços da equipe para reajustar o Centro de Processamento de Dados (DPC) da Fapesp em 1988 para explorar a conexão. Salles, em seu artigo “A Cidadania do Nada”, analisa o papel decisivo – e ao mesmo tempo ameaçador – da geração para a ação humana.
O primeiro relatório do fator destaca o papel estratégico desempenhado por Oscar Sala, presidente da FAPESP entre 1985 e 1995, na liderança da tarefa de criação da rede ANSP (Rede Acadêmica de São Paulo FAPESP), inaugurada em abril de 1988. A equipe do CPD encarregada de criar uma rede para a entrada da Bitnet, que já reuniu mais de 1. 200 universidades e agências governamentais em dezenas de países. O primeiro acesso à Internet, na sede da FAPESP, data de 6 de fevereiro de 1991.
“O procedimento começou informalmente”, diz Hartmut Richard Glaser, que coordenou a ANSP entre 1996 e 2002 e recentemente é secretário executivo do Comitê Gestor da Internet do Brasil (CGI. br). Esse “procedimento informal” englobaria outras atribuições, desde a alocação do genoma da FAPESP até a Biblioteca Científica Eletrônica Online (SciELO) – ou a conexão entre as bibliotecas das universidades paulistas. “Antes da internet, um pesquisador que estava em Campinas e procurando consultar o acervo da USP [Universidade de São Paulo] estava lá para se mudar para São Paulo”, disse Rosaly Favero Krzyzanowski, coordenadora da biblioteca virtual da FAPESP.
O artigo também destaca o efeito da informatização no controle dos sistemas e processos da FAPESP, como a progressão do Sistema de Assistência gerencial (SAGe), desenvolvido em parceria com o Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife (Cesar), no ponto de liderança do então presidente Carlos Vogt. “O estilo SAGe foi aperfeiçoado ao longo dos anos e outros estabelecimentos começaram a adotá-lo, acrescentando o Centro petrobras de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação [Cenpes]”, disse Silvio Meira, fundador do Cesar.
O artigo do momento, “Revolução Tecnológica”, destaca o estatuto da Rede Nacional de Pesquisa (RNP). “Nosso plano era interligar todo o país. Naquela época, havia quase um triângulo único ligando São Paulo, Rio e Belo Horizonte, quando era obrigatório ter sucesso em todo o litoral e interior do Brasil”, disse Iván Moura Campos, que em 1993 era chefe da Secretaria de Política da Computação (Sepin) do antigo Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT).
O artigo descreve os esforços da Sepin para mobilizar as corporações para entrar no novo mercado, através de um investimento em software e provedores web. “O conceito era o seguinte: o governo de passagem tinha que investir em estudos e progressão, entregar os efeitos às corporações, pegar componentes na regulação da progressão, depois gerir o social, influenciar e depois voltar ao início, aos estudos e à progressão novamente”, disse Silvio Meira, que era membro da equipe da Secretaria, que, em combinação com Moura Campos, Carlos Lucena e Tadao Takahashi, visitou todos os estados brasileiros.
O terceiro artigo, “Inteligência em TI”, faz um balanço dos efeitos dessa revolução tecnológica. “O envolvimento da Fundação nessa caixa se manifesta tanto na aquisição do mainframe do PC quanto nos centros de pesquisa, inovação e disseminação na caixa de ciência do PC”, afirma Luiz Eugênio Mello, Diretor Científico da FAPESP.
João Eduardo Ferreira, professor do Instituto de Matemática e Estatística da USP (IME) e Coordenador da Rede de Pesquisa e Educação de São Paulo (Rednesp) – antiga Rede ANSP – destaca no artigo os grandes espaços de investimento da FAPESP em tecnologia de dados: infraestrutura e conectividade, infraestrutura de TI e educação e educação de recursos humanos para explorar, expandir e produzir ciências nesses sistemas.
Claudia Bauzer Medeiros, professora do Instituto de Ciência da Computação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e membro da coordenação do programa de estudos da FAPESP em eScience e Data Science, argumenta que a evolução das tecnologias de dados exige investimentos em diversos espaços de estudo e integração com outras áreas do conhecimento.
O artigo também analisa projetos da FAPESP na caixa de inteligência sintética, com a criação do Centro de Inteligência Artificial (C4AI), em parceria com a IBM e a USP, e projetos como o COVID-19 Data Sharing/Br, um repositório com 50 milhões do conhecimento clínico anonimizado de 800 mil pacientes afetados pelo novo coronavírus.
O terceiro fator também entrevistou Lucía Santaella, professora do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Semiótica da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo; Fábio Cozman, professor do Politécnico da USP e diretor do C4AI; Tomasz Kowaltowski, da Unicamp, especialista em linguagens de programação; e Abel Packer da SciELO.
Os dois primeiros problemas do ebook FAPESP de 60 anos – Ciência, Cultura e Desenvolvimento – Seis décadas de conquistas e o DNA da ciência em São Paulo – podem ser encontrados na página online em comemoração aos 60 anos da instituição em https://60anos. fapesp. br.
Este texto foi originalmente publicado através da Agência FAPESP sob a licença Creative Commons CC-BY-NC-ND. Leia o original aqui.