A Nuteral. indústria cearense de biotecnologia para nutrição humana, com sede em Fortaleza (CE), lança no mercado nos próximos dias com o Total Nutrition Cubital, destinado ao tratamento de úlcera de decúbito doença que ataca 175 mil pessoas para cada grupo de 1 milhão dos pacientes hospitalizados/ano, no mundo.
A nova dieta oral ou enteral em pó, isenta de sacarose e lactose, na embalagem de 90 gramas, vem nos sabores baunilha e pêssego e inclui ingredientes antioxidantes, suplementados com vitaminas lipossolúveis, importantes, pois são transportadas via gorduras, que auxiliam na cicatrização das feridas. "Essa é a primeira e única dieta, sem açúcar ou aroma artificial, destinada não apenas ao tratamento preventivo, mas de situação", informa o presidente da empresa, Augusto Guimarães, que investiu cerca de 1,3% do faturamento e 4 anos em pesquisa e desenvolvimento do produto. A formulação se aplica também nos portadores de diabetes.
Outra inovação do Total Nutrition Cubital, de acordo com Guimarães, é aplicação a pacientes intolerantes à lactose ou que precisam de alimentação com restrição de açúcares. O produto contém o equivalente a 5% de L-arginina, para cada 100g - que ajuda no processo de cicatrização das feridas e na recuperação geral do paciente.
Nessa linha, a empresa já comercializa outras oito dietas, entre as quais, o Total Nutrition Diálise, específico para pacientes sob diálise, e que também atende os diabéticos, e o Total Nutrition Renal, que combate problemas de cálculo renal, ambos em pó.
Guimarães está circulando em vários estados brasileiros para divulgar o produto — o roteiro incluiu São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, na semana passada, e segue agora para Porto Alegre. O trabalho envolve divulgação em hospitais brasileiros, consultórios médicos e de nutricionistas.
A empresa, parceira da multinacional holandesa DMV International, do ramo de derivados protéicos, lançou no ano passado o ingrediente nutricional n-acetil cisteina (Nac). O suplemento alimentar ajuda na recuperação de pacientes de cirrose hepática, doenças pulmonares e também no desenvolvimento muscular de atletas que desempenham grande esforço físico.
Guimarães informa que, em 6 anos de pesquisas, a DMV investiu cerca de US$ 14 milhões no desenvolvimento do produto, sintetizado a partir da proteína do soro de leite. "O ingrediente tem sido utilizado por várias indústrias na área de nutrição esportiva, clinica e alimentos funcionais", explica.
Durante a semana. Yves van Collie, diretor DMV para as Américas e Jacques Baijens, gerente da DMV para América do Sul, estiveram ao Brasil para reforçar o trabalho técnico e comercial do produto, com a Nuteral.
A DMV aproveitou para fazer o pré-lançamento mundial de um outro hidrolizado protéico, obtido a partir do leite o IGF-1, importante para a síntese de proteínas, envolvido na reparação de tecidos e no aumento da massa muscular, indicado para produtos na área de nutrição esportiva, clinica, estimulando o crescimento em alimentos infantis e colaborador no antienvelhecimento.
A novidade será apresentada no estande da DMV, durante a Fisa 2004 - Food Ingredients South America, em São Paulo, entre 31 de agosto a 2 de setembro, edição que espera reunir 15 mil visitantes, 260 expositores e aumentar seu espaço em 10"» com relação a de 2003.
Origem das pesquisas
Criada no Parque de Desenvolvimento Tecnológico (Padetec) da Universidade Federal do Ceará, a incubada Nuteral iniciou operações no mercado em 1992 em área de 50 metros quadrados e conquistou sua independência um ano depois.
Hoje, funciona em 2,4 metros quadrados e trabalha com 38 produtos destinados à nutrição hospitalar e infantil e alimentos funcionais, cuja formulação agrega componentes que podem prevenir e controlar doenças.
A empresa tem participação no projeto Transferência Intercelular de Lípides, financiado pelo Programa de Apoio a Núcleos de Excelência (Pronex), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
A pesquisa recebeu R$ 680 mil do Pronex e cerca de R$ 600 mil da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), além de bolsas do CNPq, da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), além de bolsas do CNPq, da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
Além disso, apoio de entidades estaduais como a Fundação de Apoio à Pesquisa do Rio Grande do Sul (Fapers), informa Rui Curi, coordenador do projeto, do Laboratório de Fisiologia Celular e Nutrição da Universidade de São Paulo (USP).
Notícia
Gazeta Mercantil