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Jornal do Brasil

Novo sistema de ingresso na universidade começa em 96 (1 notícias)

Publicado em 15 de agosto de 1995

Por DANIELA SCHUBNEL
A avaliação do aluno ao longo do segundo grau servirá, já a partir do ano que vem, como um dos critérios de acesso ás universidades. O anúncio foi feito ontem pelo ministro da Educação. Paulo Renato Souza, que veio ao Rio para o 1° Seminário de Educadores e Empresários para a Execução de Projetos Comuns. A determinação do ministro prevê até mesmo a proposta de mudar a legislação, através da Lei de Diretrizes e Bases da Educação, prevendo outras formas de ingresso na universidade - além do vestibular - desde que haja seleção. Esse sistema de avaliação deverá ser terceirizado. "Nós esperamos que as universidades, dentro de sua autonomia, passem a adotar o exame de avaliação do segundo grau como um dos critérios de ingresso", afirmou o ministro, antes de almoçar na Associação Comercial do Rio com os participantes do seminário. A forma como essa avaliação será implantada no país, no entanto, ainda não foi decidida. Dependerá de uma amostragem que está sendo realizada este ano, pelas fundações Cesgranrio e Carlos Chagas, cujo resultado mostrará se isso deve acontecer de uma só vez em todo o país ou estado por estado. Também no ano que vem será implantado o Sistema de Avaliação do Ensino Básico (Sacb). O ministro afirmou ainda que espera iniciar a avaliação dos cursos universitários em 1996, dependendo da aprovação da Medida Provisória 1.067, que deverá entrar em votação no Congresso até o final deste mês. "Se a MP for aprovada, passaremos a implementá-la gradativamente, como prevê a lei, somente a partir do 2° semestre do ano que vem", esclareceu. A terceirização das avaliações não deverá se restringir apenas ao segundo grau. "Estamos cogitando a criação de um entidade com certa autonomia dentro do ministério que se encarregasse de todo o processo de avaliação, tanto no primeiro quanto no segundo e terceiro graus", disse. Paulo Renato fez questão de reforçar que sua proposta de avaliação do terceiro grau se restringe aos cursos universitários, e não aos alunos. "Não se quer prejudicar os alunos, portanto, o resultado não constará do histórico escolar especifico a ser emitido pelo ministério", tranqüilizou Paulo Renato. À intenção do ministro é criar critérios de aproveitamento dos cursos universitários. "Se um curso reprova 50% dos alunos e outro aprova 70%, é porque o primeiro está sendo mal ministrado", disse.