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Novo sistema de alarme contra desastres climáticos entra em operação no litoral paulista (37 notícias)

Publicado em 12 de setembro de 2024

Um sistema inédito de alarme contra desastres climáticos começou a operar em todo o litoral do Estado de São Paulo, realizando monitoramento preventivo de ressacas e inundações costeiras.

A tecnologia permite antecipar situações críticas para quem mora ou trabalha na costa paulista, gerando alertas aos municípios e às Defesas Civis para que medidas preventivas sejam tomadas.

Desenvolvido pelo Instituto de Pesquisas Ambientais (IPA), vinculado à Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil), o sistema identifica situações que antecedem fenômenos como ressaca do mar (ondas altas e de intensa energia), associada a perigos como erosão costeira intensa, inundação de praias e dunas e maré alta acima do normal (maré de tempestade), com inundações, enchentes e alagamentos. A detecção envolve casos mais graves, os chamados fenômenos conjugados, cuja ameaça envolve risco de eventos severos ou extremos.

Batizado de Saric (Sistema de Alerta de Ressacas e Inundações Costeiras para o Litoral de São Paulo), o sistema é constituído de uma plataforma tecnológica inédita no Brasil, com escala de representação espacial que reproduz trecho a trecho as áreas beira-mar. “O Saric permite antecipar situações críticas e proteger a população dos efeitos devastadores dos desastres climáticos, evitando inclusive mortes”, afirma Celia Gouveia Souza, pesquisadora do IPA e especialista responsável pelo projeto.

Cada uma das praias paulistas é monitorada. A plataforma, que é aberta ao público, tem a capacidade de receber dados meteorológicos e oceanográficos. A situação é analisada de forma integrada, de acordo com a velocidade dos ventos, nível máximo das marés e altura máxima das ondas de toda a costa paulista. A partir desses dados globais, o sistema faz o cálculo de risco com 4 dias de antecipação. As praias são classificadas como estado de ‘Observação’, ‘Atenção’ ou ‘Alerta’.

Um dos diferenciais do sistema são os mapas que permitem a visibilidade de cada praia da costa. Acoplado a ele, há ainda o mapa de risco de erosão costeira, que contribui com dados para fundamentar a gestão de ameaças de desastres naturais. Os mapas possibilitam prever inundações, como em setores de praia com risco alto e muito alto de erosão costeira crônica, que são as primeiras praias a serem atingidas pela força do mar, nos eventos meteorológicos (ciclones tropicais, tornados, vendavais) e oceanográficos (oscilações do nível do mar, correntes marítimas e outros) mais fortes.

Eventos climáticos e meteorológicos extremos geralmente são classificados como de origem hidrológica (inundações bruscas e graduais, alagamentos, enchentes, deslizamentos); geológicos ou geofísicos (processos erosivos, de movimentação de massa e deslizamentos resultantes de processos geológicos ou fenômenos geofísicos); e meteorológicos (raios, ciclones tropicais e extratropicais, tornados e vendavais).

Com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), o projeto contou com a parceria do Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (Inpe), do Instituto Oceanográfico da USP e da Universidade Santa Cecília (Unisanta).