Notícia

Planeta Universitário

Novo regimento do IEA formaliza a criação de polos no interior

Publicado em 18 julho 2009

Pesquisadores e grupos de pesquisa dos diversos campi da USP agora contam um novo recurso de articulação institucional: a possibilidade de atuação em polos locais do Instituto de Estudos Avançados (IEA) da USP. As normas para criação e funcionamento desses polos foram estabelecidas no novo regimento do IEA, que entrou em vigor em maio.

Desde seu surgimento, em 1986, o IEA conta com a participação de integrantes de toda a Universidade, e a partir de 1996 está também presente no campus de São Carlos, graças à iniciativa do professor Sérgio Mascarenhas, que criou naquele campus um instituto vinculado ao IEA. A novidade agora é a ampliação da experiência de São Carlos a outros campi e o estabelecimento de normas institucionais para que isso ocorra.

O professor César Ades, diretor do IEA, considera a definição dessas normas um passo essencial para a expansão das atividades do Instituto e para o cumprimento de sua missão: “Uma Universidade do tamanho da USP precisa de pontos de convergência e de debate de idéias entre pesquisadores de várias áreas. O IEA e seus polos constituirão uma rede de interação de idéias, discussões e propostas. Com isso, fica fortalecido o cumprimento da missão do Instituto: integração da Universidade e desta com a sociedade e a análise de políticas públicas".

Um polo poderá ser criado se a maioria dos diretores de unidades de ensino e pesquisa de um campus assim o desejar. Seu coordenador será um docente do campus, escolhido pelo reitor a partir de lista tríplice apresentada pelo Conselho Deliberativo do IEA. Essa lista será definida a partir de outra, com no mínimo quatro nomes, apresentada pelos diretores de unidades do campus.

“A idéia é criar estruturas com certa autonomia, dadas às peculiaridades e vocações de pesquisa de cada campus. A coordenação geral continuará a ser do Conselho Deliberativo do IEA, que será ampliado para abrigar os coordenadores dos polos", explica Ades.

A experiência de São Carlos

O IEA de São Carlos, cuja atuação despertou o interesse de outros campi em contar com um polo do IEA, possui oito grupos de pesquisa, e em breve contará com mais alguns. Um dos grupos atuais é o “Programa Universidade-Empresa”, coordenado pelo professor João Fernando Gomes de Oliveira, da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC), que também é diretor presidente do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e integrante do Conselho Deliberativo do IEA. O programa realiza uma série de palestras e conferências com empresas, visando a uma maior integração entre a Universidade e o setor privado. Sistemas complexos e nanobiotecnologia são os temas de dois novos grupos em formação.

A professora Yvonne Mascarenhas, vice-coordenadora do IEA São Carlos, acredita que as mudanças aumentarão o interesse dos professores pelo polo, que terá o coordenador e o vice-coordenador escolhidos através de indicação dos diretores do campus. “Com isso, tenho certeza que aparecerão bons candidatos e essa mobilização ajudará o polo a realizar atividades importantes”, prevê.

Interesse de outros campi

Segundo o diretor do IEA, o campus de Ribeirão Preto tem manifestado há algum tempo o interesse em ter um polo do IEA. A partir da publicação do novo regimento do Instituto, outros campi da USP começaram a demonstrar o mesmo desejo.

“A criação dos polos ajudará a aumentar a sinergia entre diversos setores da USP, e acompanha as tendências nacionais e internacionais mais modernas do ponto de vista acadêmico, baseadas no funcionamento em rede, como é caso de projetos da Fapesp [Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo], do CNPq [Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico] e da rede de Institutos de Estudos Avançados, criada em 2007 na França", avalia César Ades.

Ele ressalta que, além de ampliar o leque de temas de pesquisa discutidos pelo Instituto, os polos permitirão maior articulação do IEA com instituições governamentais e não-governamentais, setores produtivos, mídia e outros setores das regiões onde estiverem inseridos. "Será possível também uma reflexão de maior amplitude sobre políticas públicas sobre setores primordiais para o desenvolvimento econômico, social, científico e cultural do Estado de São Paulo e do país", conclui.

Assessoria de Imprensa da USP com informações da Assessoria de Imprensa do IEA