Mais um novo provedor comercial de acesso à Internet entrará no ar hoje levando consigo cerca de mil novos usuários já inscritos, que navegarão na rede mundial de computadores. A empresa é a Dialdata Systems, novo nome adotado pela antiga Persocom BBS - SP, um Bulletin Board Systems que vem operando há três anos no mercado. Ela decidiu ampliar o seu negócio e oferecer a comunicação eletrônica tanto nas redes corporativas privadas quanto na Internet.
Com um investimento inicial de R$ 250 mil para a compra de equipamentos e linhas telefônicas, a Dialdata Systems pretende ser um provedor de acesso e serviços na rede. A conexão com a Internet se dará por meio de uma linha de 64K adquirida junto à Embratel, com o custo mensal de R$ 4,5 mil. Na fila dos provedores de informações, uma lista de doze empresas, estão a Editora Brasil América, responsável pelas publicações PC Magazine e Windows Computing, a Agência O GLOBO, a empresa de pesquisas Toledo & Associados, entre outras. Antônio Tavares, diretor da Dialdata, afirma receber pelo menos cinqüenta consultas por mês de empresas que querem ter a sua "home-page" (página de entrada no serviço). Ele acredita que, até o final do ano, o número de inscritos na Dialdata Systems ultrapasse os 3 mil assinantes, dos quais 50% se constituirão de pessoas jurídicas.
GRANDE APELO DE MARKETING
A grande procura pela nova rede de comunicação eletrônica se deve ao seu apelo de marketing. O custo de um projeto para colocar informações institucionais ou mesmo oferecer serviços na Internet é bem mais baixo do que nas outras médias, compara Tavares. Ele explica que uma página básica, com 25 laudas de texto, cinco imagens e cinco pontos de interface gráfica (ícone que transfere os diversos arquivos do hipertexto) tem um custo inicial de R$ 5.000, mais R$ 1.000 mensais para a atualização e manutenção do sistema, o que totalizaria um custo anual de R$ 16 mil. "Este preço derruba qualquer página impressa", diz. Para o usuário final, o custo da assinatura do serviço sai R$ 35 por dez horas de acesso ao mês.
A Dialdata está apostando nesse mercado e espera faturar R$ 300 mil até o final do ano somente com o serviço de prover acesso e garantir a manutenção desses bancos de dados na Internet. Esse é o nicho que será responsável pela passagem do faturamento de R$ 600 mil, fechado no ano passado, para R$ 2 milhões, previsto para este ano.
Para aqueles que ainda querem garantir o sigilo e a proteção da informação e controlar o seu acesso, a Dialdata Systems criou um conjunto de serviços on-line, que operam em cem linhas telefônicas e estão se tornando o mais novo canal de comunicação dentro do setor empresarial. São as BBS privativas de empresas, redes de comunicação de dados que incluem desde correio eletrônico até informações financeiras e de ações de suporte de marketing, que interligam a matriz das corporações com as suas filiais. Nesse pacote os custos ficam por volta de R$ 12 mil, sendo negociados dependendo do número de usuários ligados à rede.
PREÇOS DAS CONSULTAS
Também no segmento dos BBS, a Dialdata lançou um novo portfólio de produtos, em que os serviços são criados por temas trazendo informações sobre economia, bolsas de valores, esportes, negócios, pesquisas de preços de material de construção, códigos e atualização de artigos de jurisprudência, entre outros. Os preços da consulta a esses bancos de dados privados variam entre R$ 15 e R$ 100, por períodos de uma e duas horas de uso.
O INÍCIO ANTES DO PRAZO
Ubirajara Alves de Curitiba
O Comitê Gestor para a instalação da Internet no Brasil decidiu ampliar de oito para quinze o número de grupos de trabalho envolvidos no processo. Reunidos ontem, em Curitiba, os integrantes do comitê trataram, entre outros assuntos, das melhores formas de estimular, divulgar e orientar os potenciais usuários da rede no País.
"Temos ao todo 150 pessoas ligadas a esse trabalho. Esperamos estar operando a rede no Brasil antes mesmo do prazo inicialmente previsto, que era 30 de setembro próximo", comentou Carlos Lucena, representante da comunidade científica e secretário executivo do Comitê. A criação de novos grupos e desdobramento de outros foi decidida ante a necessidade de aprofundar as ações em algumas áreas específicas.
Entre outros, estão operando equipes em desenvolvimento industrial: pesquisa e desenvolvimento em redes: geração e qualidade de serviços; relações internacionais e formação de recursos humanos. Lucena disse que, na área de instalações físicas, a linha de 2 megabites ligando Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília estava sendo testada ontem, devendo estar operando nesta semana.
Quanto aos investimentos globais de instalação e operação, estimados em US$ 10 milhões para este ano, o secretário acredita que 60% já foram aplicados. "Especialmente em instalação de equipamentos, o projeto está bastante adiantado, o que nos faz crer que o prazo de início de operação poderá ser antecipado", afirmou.
Notícia
Gazeta Mercantil