Uma bem-sucedida iniciativa para trocar informações entre instituições acadêmicas e entrar de vez na era da educação a distância. Este foi o resultado de uma parceria entre o governo e a iniciativa privada canadenses, por meio da criação, nos anos 90, da Canarie - Canadá Advanced Internet and Distance Education, uma empresa sem fins lucrativos destinada a ser um agente facilitador no estimulo à sociedade do conhecimento.
"Nosso principal objetivo era proporcionar agilidade ao trabalho dos envolvidos", explicou Rafiq Khan, diretor sênior de desenvolvimento estratégico da Canarie, durante o 9° Congresso Internacional de Educação a Distância promovido ontem, em São Paulo, pela Abed - Associação Brasileira de Educação a Distância em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa no recursos de US$ 1,2 bilhão - US$ 250 mil provenientes do governo canadense e o restante do setor privado, principalmente das indústrias, interessadas em aproveitar o conhecimento gerado no desenvolvimento do setor - a empresa criou, usando internet de banda larga, uma rede exclusiva das instituições científicas e de educação que conecta, atualmente, mais de 801 universidades, 50 faculdades, 2 mil escolas e cerca de 10 centros de pesquisa, e se estende por 8 mil quilômetros, de Vancouver a St JohVs. Além do suporte técnico, a Canarie financia até 50% dos custos para o desenvolvimento de novas gerações de rede. Um incentivo que se traduz nos resultados. Quando começou, em 1993, a CA*Netl operava a uma velocidade de 56 Kbps. Dois anos mais tarde, a rede evoluiu e a CA*Net2 passou a transmitir informações a 155 Kbps. Em 1998, com fibra óptica dedicada sobre IP/DWDM e velocidade de 2,5 Gbps, a CA*Net3 tornou-se a mais veloz plataforma de internet para inovações em pesquisa e desenvolvimento científico e industrial cm educação. Conquistou também maior alcance com pontos de presença em Seatde, Chicago e Nova York e peering com os principais países da Europa. "A rede foi sendo atualizada à medida que as tendências iam se transformando. Foi assim quando percebemos, por exemplo, que a transmissão de voz ocuparia muito pouco do tráfego, em detrimento do envio de dados", explicou Khan.
No mês passado foi concluída a quarta geração-após um aporte de US$ 110 milhões para os próximos cinco anos - da qual 98% já está em funcionamento. Com velocidade de 10 Gbps, a CA*Net4 utiliza o conceito de "condomínios", em que os usuários adquirem sua própria fibra óptica, criam os portais (sem a necessidade da discagem comum) e tomam-se responsáveis pelo controle do comprimento de onda e pela configuração da rede. "Um dos beneficio deste modelo é a economia, uma vez que elimina-se os custos com a prestação dos serviços cobrados pelas operadoras", afamou René Batem, engenheiro-chefe da Canarie, citando como o exemplo o caso do Conselho de Educação de Quebec, que gastou US$ 1,4 milhão para conectar 100 instituições e recuperou o investimento em 12 meses.
A meta agora é ampliar o projeto, por meio da conectividade com redes de outros países. "Já fizemos o desenho para uma implantação de banda larga na Jordânia", adiantou o diretor da Canarie, de olho em um possível envolvimento brasileiro para a disseminação do ensino a distância.
Notícia
Gazeta Mercantil