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Novo material analisa se concreto de edificações é seguro (8 notícias)

Publicado em 17 de janeiro de 2024

Grande parte das estruturas em que moramos, trabalhamos ou visitamos tem como base o concreto . Para garantir a segurança dessas construções , especialistas realizam o monitoramento da deterioração desse material. Para facilitar o processo de avaliação, cientistas criaram uma espécie de sensor brilhante.

Os pesquisadores do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (IF-USP) e da Universidade de Leuven (Bélgica) desenvolveram um material que, em contato com luz ultravioleta, revela compostos que indicam a deterioração do concreto. A pesquisa foi publicada pela revista Chemical Communications.

A durabilidade média do concreto é de aproximadamente 50 anos. Sua constante absorção de água, sais e gases atmosféricos são elementos que contribuem para a deterioração e diminuição da capacidade de suporte das estruturas de edifícios, pontes, viadutos e outros.

Existem medidas protetivas para estender a vida útil do material, mas a detecção da degradação é desafiadora. O método atual envolve a coleta de amostras de concreto para testes em laboratório, que podem causar mais danos estruturais.

O novo material facilita a medição do grau de deterioração do concreto e é feito com propriedades luminescentes.O hidróxido duplo lamelar – como é chamado – foi testado em laboratório e exposto à luz ultravioleta (UV).Seu brilho se altera conforme o material absorve carbonato. Quanto mais vermelho, maior a absorção e deterioração da estrutura.Ao contrário do método utilizado atualmente, é possível identificar a deterioração do concreto em tempo real.

Alysson Ferreira Morais, primeiro autor do artigo, explicou em entrevista para a Agência FAPESP que o material pode tornar o processo de análise mais rápido, prático e seguro:

Isso [o material] agiliza a tomada de decisão, facilita a realização de manutenção preventiva e contribui para evitar acidentes que podem custar vidas e causar danos consideráveis à economia.

O hidróxido duplo lamelar não apenas promove a segurança das edificações, mas também pode reduzir custos e emissões de carbono.

Quanto mais tempo durar uma construção, menor será a necessidade de se investir em novas estruturas. Também significa contribuir para baixar as emissões de gases de efeito estufa, já que os números globais indicam que 8% delas vêm justamente do setor de construção.

Danilo Mustafa, coordenador do estudo, para a Agência FAPESP

A fase seguinte do estudo, que teve apoio da FAPESP , envolve a criação do sensor luminescente, seguida por testes em condições reais. Essa abordagem permitirá a avaliação da resistência do material às condições climáticas e a sua estabilidade dentro da estrutura de concreto.