Da esquerda para direita: Hyanameyka Primo, chefe-geral da Embrapa Roraima; Silvia Massruhá e Clenio Pillon
A Embrapa deu um passo importante para a inovação da agropecuária na região amazônica com a inauguração do Laboratório de Agricultura Digital da Amazônia (LADA). O evento foi realizado nesta terça-feira (02/04), na sede da Embrapa Roraima, em Boa Vista, e contou com a presença da presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, do diretor-executivo de Pesquisa e Inovação, Clenio Pillon, além de autoridades políticas e representantes de instituições parceiras.
O LADA é o primeiro laboratório da Embrapa dedicado à pesquisa em agricultura digital na Amazônia. O espaço será voltado ao desenvolvimento de soluções tecnológicas para aumentar a eficiência e a sustentabilidade da produção agropecuária na região. A iniciativa resulta de uma parceria entre a Embrapa e a multinacional Foxconn, com apoio do Comitê das Atividades de Pesquisa e Desenvolvimento na Amazônia (CAPDA) e da Superintendência da Zona Franca de Manaus (SUFRAMA).
Durante a cerimônia, a presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, destacou que a transformação digital é um caminho sem volta para a agropecuária e reforçou o compromisso da Instituição com a inovação. “O LADA representa um marco para a pesquisa e a inovação na Amazônia, consolidando o uso de tecnologias digitais para tornar a produção mais eficiente e sustentável. Esse laboratório não é apenas um espaço de computadores, drones e sensores, mas uma plataforma para semear conhecimento e transformar realidades”, afirmou.
Silvia ressaltou ainda que a inovação no campo é fundamental para garantir a inclusão dos pequenos e médios produtores, evitando o aumento da desigualdade entre diferentes perfis de agricultores. “Precisamos fortalecer a inclusão socioeconômica e digital para que todos possam aprimorar seus modelos produtivos, gerar renda e fortalecer a agricultura brasileira, que hoje é referência mundial”, enfatizou.
Durante sua fala, a presidente da Embrapa também destacou como a tecnologia pode impulsionar impactos sociais e ambientais positivos. “A Embrapa já atua nessa frente com o projeto SEMEAR Digital, que conta com apoio da FAPESP. Criamos distritos agrotecnológicos no país, que funcionam como ecossistemas sustentáveis para inclusão digital de produtores, reunindo cooperativas, associações, provedores de internet, startups e empresas privadas para desenvolver soluções adaptadas às necessidades locais”.
Segundo ela, a criação do laboratório em Roraima tem um significado especial, pois pode impulsionar a transformação digital em toda a Amazônia. “Mais do que tecnologia, estamos falando de impacto na vida das pessoas. Nosso objetivo final é melhorar a qualidade de vida, e para isso precisamos ter uma visão sistêmica da agricultura e do desenvolvimento sustentável”, destacou.
Silvia também lembrou que o Brasil tem a oportunidade de mostrar ao mundo como inovação e sustentabilidade caminham juntas. “Com a COP 30 se aproximando, os olhos do mundo estão voltados para o Brasil, para entender como conseguimos produzir e preservar ao mesmo tempo. Somos referência global no Código Florestal, e iniciativas como o LADA mostram que o futuro da agricultura tropical está na inovação digital aliada à sustentabilidade”, concluiu.