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Novo estudo mostra efeito cicatrizante do mamão (1 notícias)

Publicado em 25 de junho de 2004

O pesquisador Carlos Edmundo Salas Bravo, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), reuniu recentemente mais uma prova de que está no caminho certo em suas pesquisas com a planta Carica candamarcensis, uma espécie de mamoeiro nativo da costa oeste da América do Sul. Ele acompanhou os resultados de uma pomada feita com o látex do pequeno mamão que cicatrizou a pele queimada de uma paciente diabética chilena que já havia tentado sem sucesso todos os tratamentos convencionais. Salas, chileno de nascimento, começou a pesquisar as propriedades cicatrizantes da planta no final da década de 1980. De lá para cá, juntaram-se a ele a pesquisadora Míriam Teresa Paz Lopes, também da UFMG, e o farmacêutico chileno Abrahan Schnaiderman. Os três pesquisadores entraram em 2002 com um pedido de registro de patente nos Estados Unidos das propriedades terapêuticas das substâncias existentes no látex do mamoeiro. Os princípios ativos da planta estão em algumas proteases, um tipo de proteína que tem a função de quebrar outras proteínas com o objetivo de ativá-las ou desativá-las, favorecendo, nesses casos, os mecanismos de proliferação celular. O produto já foi testado em animais. Agora os pesquisadores esperam que alguma instituição ou empresa farmacêutica se interesse pela patente e em aplicar os testes em humanos. Os estudos mostram que as substâncias encontradas no látex do fruto da C. candamarcensis têm potencial de cura para diferentes tipos de feridas cutâneas e podem ser extremamente eficazes nas crônicas ou de difícil cicatrização, como aquelas comuns em portadores de diabetes, escaras (feridas que aparecem em pacientes que permanecem acamados ou na mesma posição por longos períodos) e as provocadas por queimaduras. Liliane Nogueira — Revista Pesquisa Fapesp — Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado de São Paulo.