Pesquisadores da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto estão entusiasmados com os resultados promissores de um estudo inovador que pode revolucionar o tratamento do colangiocarcinoma, um câncer raro e extremamente agressivo nas vias biliares.
O estudo, intitulado "MicroRNAs Associados ao Colangiocarcinoma e sua Relação com a Radioterapia com Iodo-131 in vitro" , fez parte da tese de doutorado da pesquisadora da Famerp Graciele Domitila Tenani, sob orientação da Profª Dra. Dorotéia Rossi Silva Souza, coordenadora do Núcleo de Pesquisa em Bioquímica e Biologia Molecular (NPBIM) da Famerp. A tese conquistou o 1º lugar na categoria experimental (Prêmio Luís Carlos Gayotto) durante o Congresso Brasileiro de Hepatologia, realizado entre os dias 4 e 7 de outubro, superando outros 375 trabalhos apresentados.
A pesquisa é resultado de uma colaboração interdisciplinar, que envolveu o cirurgião hepatologista Dr. Renato Ferreira da Silva e a médica hepatologista Dra. Rita de Cássia Martins Alves da Silva, todos da Famerp.
O colangiocarcinoma, junto com o carcinoma hepatocelular, é responsável por milhares de óbitos anualmente e as opções terapêuticas existentes, como a quimioterapia e a radioterapia convencional, têm eficácia limitada. O novo estudo revela uma abordagem inovadora que pode mudar o cenário para pacientes que enfrentam esse câncer.
A pesquisa identificou que os colangiocarcinomas em crescimento expressam um receptor chamado NIS (Simportador de Sódio/Iodo) na membrana plasmática, abrindo a porta para o uso do iodo-131, um tratamento já utilizado para tumor de tireoide. Experimentos in vitro demonstraram uma notável remissão das células tumorais quando tratadas com iodo-131, como também modificações significativas, no perfil molecular dos pacientes.
"O tratamento com iodo-131 para esta finalidade é algo extremamente novo, promissor, seguro, bem tolerado pelos pacientes e uma opção não invasiva. Algo que nos deixa bem entusiasmados, e que traz nova esperança aos pacientes”, afirma o pesquisador Renato Silva.
O estudo está em fase inicial e os próximos passos envolvem testes em cultura de células tridimensionais que mimetizam o tumor, antes de seguir para estudos clínicos em seres humanos. Com o auxílio financeiro da FAPESP, já aprovado, os pesquisadores esperam avançar rapidamente na investigação.
A pesquisa da Famerp teve colaboração da UNICAMP e a Universidade de Coimbra, em Portugal.
Fonte: Comunic Comunicação Estratégica