Cientistas do Instituto Butantan identificaram um novo possível alvo de terapia para pacientes com esclerose múltipla (EM) a partir de um estudo com animais tratados com uma neurotoxina encontrada no veneno da cascavel. Esta descoberta traz uma nova perspectiva para o tratamento da esclerose, que ainda não possui cura e afeta milhões de pessoas em todo o mundo.
O estudo, publicado na revista Brain, Behavior, and Immunity, investigou os efeitos da crotoxina (CTX), uma neurotoxina presente no veneno da serpente Crotalus durissus terrificus, em doses não tóxicas, no tratamento da esclerose múltipla em roedores. Os pesquisadores observaram que a CTX possui propriedades anti-inflamatórias, analgésicas e antinociceptivas, o que pode ser benéfico para pacientes com EM.
Nos experimentos com camundongos, a crotoxina não apenas aliviou as dores, mas também retardou a progressão da esclerose. Os resultados indicam que a CTX pode ser um potencial tratamento para a dor e para a própria doença, trazendo esperança para aqueles que convivem com os sintomas debilitantes da esclerose múltipla.