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Novas pesquisas e dispositivos ajudam autistas a se comunicar (1 notícias)

Publicado em 07 de outubro de 2023

Congresso Brasileiro de Fonoaudiologia apresenta novidades pra facilitar autistas não verbais a se expressarem

Crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA ) enfrentam desafios significativos no desenvolvimento da linguagem e da comunicação. Um programa inovador da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) está utilizando dispositivos geradores de fala para ajudar essas crianças a superar essas dificuldades. Os resultados promissores de um estudo de caso são motivo de otimismo para a comunidade autista e seus familiares.

A Comunicação Alternativa e Ampliada (CAA) aplicada ao TEA é vista como uma alternativa promissora para melhorar a comunicação dessas crianças e suas famílias. A professora Cátia Walter adaptou a metodologia após passar sete meses nos Estados Unidos, acompanhando o trabalho do professor Oliver Wendt e sua equipe na Universidade Central da Flórida. Ela apresenta a novidade durante o 31º Congresso Brasileiro de Fonoaudiologia, que termina nesta sexta-feira (6), no Rio de Janeiro.

O programa envolve o uso de dispositivos móveis, como tablets e iPads, com aplicativos educativos específicos que utilizam imagens e voz para auxiliar no desenvolvimento da linguagem e é composto por três etapas de assistência, que incluem a fonoaudiologia, psicopedagogia e atendimento terapêutico. Todo o processo é registrado em vídeos e diários de campo, sendo monitorado por especialistas que analisam o progresso em cada fase da intervenção.

Método para desenvolver habilidades de comunicação no Autismo

Outra inovação para pessoas com TEA será apresentada por Ana Cristina Montenegro, o Método DHACA (Desenvolvimento das Habilidades de Comunicação no Autismo ), que pretende revolucionar o tratamento do autismo e promover o desenvolvimento da comunicação. No cenário de avanços científicos e terapêuticos para crianças com TEA, o Brasil destaca-se com o Método DHACA, uma abordagem inovadora desenvolvida pelo Programa de Pós-Graduação em Saúde da Comunicação Humana, no Departamento de Fonoaudiologia da Universidade Federal de Pernambuco.

O Método DHACA é uma intervenção fonoaudiológica que visa desenvolver a comunicação em indivíduos com TEA, especialmente aqueles que são não verbais ou minimamente verbais. O diferencial deste método é a utilização de um livro de comunicação alternativa com atividades lúdicas durante as sessões terapêuticas.

O Método DHACA possui uma base linguística sociopragmática, onde tanto o indivíduo com TEA quanto seu interlocutor (parceiro de comunicação) utilizam o mesmo sistema de comunicação alternativa, personalizado de acordo com as necessidades do indivíduo. As abas são adicionadas gradualmente, seguindo o desenvolvimento linguístico da criança.

O método já apresenta resultados surpreendentes, incluindo o desenvolvimento de habilidades sociais, aquisição da fala, construção de frases, expressão de desejos e sentimentos, bem como a capacidade de fazer perguntas e comentários. As famílias e terapeutas relatam testemunhos incríveis sobre o progresso das crianças em um período relativamente curto.

Treinamento auditivo recomendado por inteligência artificial

O 31º Congresso Brasileiro de Fonoaudiologia traz ainda como novidade o primeiro treinamento auditivo recomendado por inteligência artificial do mundo. O AudioFoco , desenvolvido pela fonoaudióloga Ingrid Gielow, j unto da sua equipe, utiliza a IA para realizar triagem das habilidades auditivas, integrada a uma prateleira de mais de 200 atividades para treinar e desenvolver habilidades de memória, foco e atenção.

Desenvolvida em parceria com o Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), com o apoio da Fapesp, a Inteligência Artificial do produto foi validada cientificamente e a pesquisa utilizada também será apresentada durante o Congresso Cientifico, que acontece no Rio de Janeiro.

A pesquisa utilizou dois grupos, um com a recomendação de atividades de treino feitas pela IA e outro pelo fonoaudiólogo, onde ambos tiveram resultados similares, comprovando a eficácia do serviço.

O projeto pretende atuar em um GAP existente em virtude do tamanho territorial do Brasil, que inviabiliza ter tantos profissionais especializados em processamento auditivo, e por isso gera ganhos para a Fonoaudiologia, oferece suporte ao fonoaudiólogo e beneficia a população que precisa desse atendimento direcionado.

RESULTADOS:

Em aplicação, a ferramenta já conseguiu comprovar a necessidade do uso de aparelho auditivo em idosos, podendo diminuir em 5 vezes o risco de desenvolvimento de demências.

Em profissionais que trabalham em ambiente de coworking, após quatro semanas de treino, melhoraram as habilidades auditivas e referiram melhora em foco, memória e atenção.

No estande da Probrain no evento, startup responsável pelo projeto, será possível experimentar os testes e vivenciar essa experiência.

Com Assessoria do evento

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