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Novas Descobertas Aumentam as Oportunidades para Produção Sustentável de Soja (111 notícias)

Publicado em 14 de abril de 2025

O Brasil se destaca como o maior produtor de soja mundial, em parte devido à adoção de bioinsumos, que são microrganismos que facilitam a fixação biológica de nitrogênio no solo. Essa prática elimina a necessidade de suplementação desse nutriente essencial por meio de adubação química. A economia gerada para os produtores brasileiros é significativa, estimada em aproximadamente US$ 15 bilhões anualmente.

Atualmente, o principal bioinsumo utilizado comercialmente são as bactérias do gênero Bradyrhizobium spp. (rizóbios). Em uma pesquisa apoiada pela FAPESP, essa abordagem foi combinada com um novo isolado bacteriano conhecido como PGPR (sigla em inglês para rizobactérias promotoras do crescimento de plantas). Os resultados do estudo foram publicados na revista Microbial Ecology

O biólogo Leandro Fonseca de Souza, do Laboratório de Genética de Microrganismos da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq-USP), afirma: “Observamos que houve maior crescimento e produção de vagens nas plantas, sem impactar a estrutura da comunidade microbiana nativa.” Ele destaca também que a combinação desses microrganismos pode auxiliar na assimilação do fósforo no solo, um nutriente igualmente crucial que, tradicionalmente, requer adubação.

Descobertas sobre Bacillus thuringiensis RZ2MS9

O Bacillus thuringiensis RZ2MS9 foi isolado pela primeira vez da rizosfera de guaraná da Amazônia (Paullinia cupana, variedade sorbilis) e demonstrou potencial para promover o crescimento de culturas como soja e milho, tanto em ambientes controlados quanto em ensaios de campo.

Essa linhagem bacteriana é notável por sua capacidade de produzir sideróforos—moléculas essenciais para a captação de nutrientes—hormônios vegetais, solubilizar fosfatos e fixar nitrogênio em condições laboratoriais. Além disso, ela faz parte da coleção de microrganismos do Laboratório de Genética de Microrganismos da Esalq, onde outro isolado, a Pantoea agglomerans cepa Esalq 33.1, foi desenvolvido em parceria com a Bionat Soluções Biológicas como um bioinsumo comercial.

Este estudo inovador demonstrou que o uso do microrganismo em campo tem pouca influência sobre a diversidade funcional natural do solo. Mesmo quando essa diversidade foi afetada, o impacto foi de curta duração, dissipando-se ao final de um ciclo de produção de soja. Esses achados acrescentam evidências à segurança ambiental do uso de B. thuringiensis RZ2MS9, especialmente em combinação com bioinsumos já disponíveis no mercado.

Para mais detalhes, o artigo "Co-inoculation with Bacillus thuringiensis RZ2MS9 and rhizobia improves the soybean development and modulates soil functional diversity" pode ser acessado aqui

Informações da Agência FAPESP

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