A biodiversidade brasileira, já muito vasta, ganhou novas espécies. São caranguejeiras, que foram analisadas pelo pesquisador Rogério Bertani, do Laboratório Especial de Ecologia e Evolução do Instituto Butantan, em São Paulo, com o apoio da Fundação de Amparo a Pesquisa (Fapesp). O trabalho foi desenvolvido entre 2004 e 2008, mas só agora publicado em um periódico.
As espécies são encontradas na região de Mata Atlântica e Cerrado, nos Estados do Pará, Tocantins, Paraíba, Maranhão, Piauí, Sergipe, Espírito Santo e Bahia. A análise também permitiu ao pesquisador reescrever algumas espécies previamente identificadas.
Do gênero Typhochlaena, Bertani descreveu pela primeira vez a T. curumim, a T. paschoali, a T. amma e a T. costae. Do gênero Iridopelma, foram as espécies I. katiae, I. marcoi, I. oliveirai e I. vanini. E, por fim, do gênero Pachistopelma, foi descrita a P. bromelicola.
"Chamamos de caranguejeira um grande grupo de aranhas, de diversas famílias e gêneros, que têm como característica comum a posição do ferrão. O ferrão é paralelo ao eixo do corpo e se movimenta de cima para baixo. Nas demais aranhas, ele se assemelha a um alicate e se movimenta um contra o outro", explicou Bertani.
Embora para muitas pessoas as caranguejeiras sejam assustadoras por causa do tamanho - que pode chegar a 26 centímetros da ponta da perna anterior à ponta da perna posterior -, seu veneno é inofensivo para os humanos. Estima-se que existam 2,7 mil espécies no mundo - 300 já foram descritas no Brasil. O País tem a maior fauna de grandes caranguejeiras, com cerca de 200 espécies.