Passado um longo período de baixa nos casos de covid-19, a situação do estado de São Paulo volta a piorar, segundo especialistas. Atualmente, o número de internações em decorrência do coronavírus SARS-CoV-2 está em alta, o que pode indicar a chegada de uma nova onda da doença. Ainda é necessário avaliar a evolução da doença nos próximos dias.
Diante da piora do quadro epidemiológico, o Comitê de Medidas de Vigilância em Saúde do Governo de São Paulo volta a recomendar o uso de máscaras em ambientes fechados. Apesar da retomada não ser obrigatória, a medida pode reduzir o número de transmissões do vírus da covid-19, explicam os responsáveis pela mudança.
Vale destacar que, na última sexta-feira (27), a taxa de transmissão (Rt) do coronavírus estava em 1,33 no estado de SP. Isso significa que cada 100 infectados transmitem a doença para outros 133. Com isso, a possibilidade de novas internações também cresce.
Alta nas internações da covid
No primeiro dia de maio, a média móvel de internações diárias — seja na UTI ou na enfermaria — estava em 170, segundo levantamento da Agência Brasil. Na terça-feira (31), a média chegou a 404. Para comparar, em abril, a média calculada foi de 146 internações por dia, o que representa uma diferença significativa.
Vale lembrar que o número de internações é um dos principais indicadores para avaliar o comportamento da pandemia. Caso o aumento no número de internações continue, a tendência é que o número de óbitos também cresça nas próximas semanas. Hoje, está estável.
Dados da SP Covid-19 Info Tracker
Criada por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Estadual Paulista (Unesp) com apoio da Fapesp, a plataforma SP Covid-19 Info Tracker reforça a piora no cenário da covid-19 em São Paulo.
Considerado os dias 6 e 27 de maio, o levantamento da plataforma aponta para um aumento de 74% no número de internações no estado. Para o jornal Folha de S. Paulo, Wallace Casaca, coordenador da plataforma, explicou que os dados indicam para a formação de uma nova onda, embora aparente ser menos letal, pode ser agressiva.
Segundo Casaca, a situação é reflexo do "abandono de medidas sanitárias básicas, como uso de máscaras, a perda da imunidade natural e vacinal ao longo dos últimos quatro meses, estagnação da aplicação das doses de reforço e o avanço de novas sublinhagens da Ômicron, mais transmissíveis e propensas a escape". Inclusive, o pesquisador reforça a necessidade de manter os cuidados.
Fonte: Agência Brasil e Folha de S. Paulo