Vetado em mais de 40 países, devido a problemas para a saúde e meio-ambiente, amianto é substituído por alternativos
O mercado está sofrendo uma grande mudança em relação à fabricação de telhas. O amianto, produto mais usado para a fabricação de telhas no país e que já é proibido em mais de 40 países, está sendo tirado de circulação aos poucos no Brasil também.
Em algumas cidades com São Paulo, o uso da telha de amianto já é proibido principalmente pelos danos que sua fabricação traz ao meio ambiente e os graves problemas de saúde, como a asbestose (o amianto se instala nos pulmões comprometendo a capacidade respiratória) e o câncer de pulmão. Com esta proibição as empresas estão criando alternativas para a substituição destas telhas. Produtos ecologicamente corretos estão invadindo o mercado e com preços muito competitivos.
A Brasilit, maior empresa produtora de telhas no Brasil, já investiu cerca de R$ 60 milhões para adaptar a produção de suas fábricas. A empresa desenvolveu a linha de telhas Brasiflex de Cimento Reforçado que é feita de um fio sintético à base de polipropileno, matéria que substituiu perfeitamente o amianto e ainda melhora a flexibilidade e a resistência do produto. Segundo Paulo Lucietto, diretor comercial da Brasilit, a empresa é também a primeira a produzir 100% de seus produtos sem amianto. "Conseguimos atingir o nosso objetivo. A linha Brasiflex de Cimento Reforçado com Fio Sintético que estamos comercializando, substitui inteiramente os produtos à base de amianto, sem que o consumidor corra o risco de ter descontinuidade de oferta. Além disso, a Brasilit confirma o pioneirismo ao oferecer uma linha de produtos totalmente compatível com a demanda do mercado", afirma Daniel Rolland, diretor geral da empresa.
Já a Onduline do Brasil, empresa do grupo multinacional Onduline, apresentou na Feicon 2004 (Feira Nacional da Indústria da Construção), em abril, uma telha produzida com fibra vegetal. A empresa, que é líder de vendas de telhas de fibra vegetal no mercado europeu, colocou um carro de uma tonelada sobre um telhado para mostrar a resistência do seu produto aos visitantes da feira. "A idéia era mostrar aos visitantes da Feicon que a telha é altamente resistente às intempéries da natureza, além de ser durável, prática, impermeável e econômica, já que é leve e exige menos madeiramento para sua fixação" explica Álvaro Bragança, diretor comercial da Onduline.
A Universidade de São Paulo (USP) investiu em pesquisas para também desenvolver um material alternativo para substituir o amianto. O novo material que é chamado tecnicamente de fibrocimento vegetal é composto por uma mistura de cimento, resíduos siderúrgicos (escória) e fibras sintéticas e vegetais (de bananeira, sisal, coco ou outras plantas). A USP teve o projeto financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulao (Fapesp), Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e contou também com a colaboração das empresas Infibra e da Permatex que fabricam 7 mil caixas d'água de fibrocimento vegetal por mês, segundo Luiz Fernando Marchi Júnior, diretor industrial das duas empresas. A faculdade já solicitou o patenteamento do produto e das técnicas de produção. Uma das grandes vantagens de telhas e caixas d'água produzidas com fibrocimento vegetal é uma maior capacidade de isolamento térmico, além de ser mais leve e tão durável quanto o amianto.
Telhas sintéticas são mais leves exigindo menos madeiramento para sustentação.
Telhas de Amianto
- O processamento deste material pode causar doenças como a asbestose e o câncer de pulmão
- O amianto sempre foi muito usado pela maleabilidade e pelo baixo custo
- Telhas são consideradas muito quebradiças
- Todas as telhas são cinzas podendo ser pintadas
- Telhas de amianto são muito pesadas, necessitando de uma sustentação reforçada
Telhas Sintéticas
- O processamento de telhas sintéticas é considerado ambientalmente correto
- As telhas sintéticas tem obtido resultados similares às telhas de amianto
- Telhas são mais resistentes e mais duráveis
- Algumas empresas já produzem telhas coloridas
- Telhas sintéticas são mais leves exigindo menos madeiramento para sustentação
Notícia
Correio Popular (Campinas, SP)