No início do próximo ano começa uma nova fase do estudo clínico para o tratamento de leucemia e linfoma utilizando células CAR-T. Esta pesquisa é uma iniciativa do Hemocentro de Ribeirão Preto, vinculado ao Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina (HC-FMRP) da USP, em parceria com a Fundação Butantan. “Essa nova fase do estudo só foi possível com a liberação de R$ 100 milhões pelo Ministério da Saúde, dentro do Novo Programa de Aceleração ao Crescimento (PAC-Saúde)”, conta o médico hematologista Gil De Santis, diretor médico do Laboratório de Terapia Celular do Hemocentro do HC-FMRP e um dos pesquisadores responsáveis pelo estudo.
Segundo o médico, esses recursos serão aplicados principalmente na manufatura dos produtos celulares, que envolve a compra de insumos e de reagentes, e financiarão os gastos hospitalares decorrentes do tratamento. “Nessa fase, avaliaremos a segurança e a eficácia do novo produto, para, ao final, solicitar a sua aprovação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), depois do que, o produto poderá ser oferecido aos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS).”
O diretor do Instituto Butantan, Esper Kallás, destaca que “o Butantan fez um grande investimento na construção de plataforma de produção de células CAR-T. Agora, consolida a linha de pesquisa com a captação de recursos necessários para conduzir o primeiro estudo clínico com tecnologia desenvolvida junto com a Fundação Hemocentro de Ribeirão Preto (Fundherp) e a USP. Com isso, se posiciona para suprir a demanda que será exigida no Brasil para esta nova forma de tratamento”.
Em nota, Carlos Gadelha, secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação e do Complexo Econômico-Industrial da Saúde do Ministério da Saúde, afirmou que “nosso objetivo é garantir à população mais carente o acesso aos tratamentos mais modernos contra o câncer”. Os estudos com células CAR-T também recebem financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).