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Nova espécie de camarão é descoberta no litoral nordestino por pesquisadores da UFPE (10 notícias)

Publicado em 20 de julho de 2024

Uma nova espécie de camarão foi descoberta no litoral nordestino. “Alpheus coralvivo”, nome dado em homenagem a um projeto que atua na preservação de corais, foi descoberto por pesquisadores da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

O crustáceo é um camarão-de-estalo, termo usado para designar camarões pequenos que vivem entre pedras ou buracos.

No caso de Alpheus, sua morada foi registrada em cavidades do esqueleto calcário do coral de fogo e no interior de cascalho de coral na costa sul da Bahia e no Rio Grande do Norte.

“Essa descoberta amplia os dados da biodiversidade animal conhecida no Brasil e no mundo, e também auxilia nos estudos de preservação das espécies marinhas” , informou a pesquisadora Patricia Souza dos Santos, doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal (PPGBA) da UFPE.

A descoberta foi compartilhada na revista científica neozelandesa Zootaxa, por meio do artigo “Morfologia e evidências moleculares revelam diversidade oculta entre camarões-de-estalo do grupo Alpheus obesomanus (Decapoda: Alpheidae) com a descrição de uma nova espécie no Brasil”.

A pesquisa

Para identificar a nova espécie, foi realizada a análise de material coletado manualmente e por meio de mergulho, em profundidades de até 12 metros, na região de recifes de coral de Porto Seguro, Santa Cruz Cabrália e Abrolhos, na Bahia; e de Parrachos de Maracajaú, no Rio Grande do Norte.

Foi realizado um minucioso estudo morfológico dos camarões-de-estalo encontrados no litoral nordestino em comparação com espécies próximas.

Da análise de material genético, foi possível para os pesquisadores reconhecer a existência da nova espécie.

“ O registro de uma nova espécie já é um fato, em si, importante. Muito mais quando se trata do ambiente marinho, que ainda é pouco explorado em relação ao terrestre. A cada pesquisa são reveladas novidades para a ciência ”, explicou Patricia Souza.

O crustáceo foi batizado de Alpheus coralvivo em homenagem ao Projeto Coral Vivo, iniciativa que contribui há mais de duas décadas para a preservação e conservação das comunidades marinhas, em especial, dos recifes de coral.

A pesquisa foi desenvolvida no LBC em parceria com os laboratórios de Carcinologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), de Biotecnologia e Sistemática de Crustáceos da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP/USP) e de Genômica Ambiental da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR).

Também foram realizadas visitas às coleções de crustáceos do Museu de Zoologia (USP), do Museu Nacional (UFRJ) e do Smithsonian Institution, em Washington (EUA).

O trabalho contou com o apoio de agências de fomento como Facepe (APQ-Facepe), CNPq (Edital Universal) e Fapesp (Projeto Biota Fapesp), bem como de bolsa de doutorado da Capes.

Além de Patricia, o artigo publicado na Zootaxa tem como autores Alexandre O. Almeida (UFPE), Mariana Terossi (UFRGS), Fernando L. Mantelatto (FFCLR/USP) e Rodrigo A. Torres (UTFPR).

Fonte Folha PE