A notícia de um parasita até agora desconhecido pela ciência, apontado como o responsável por duas mortes e 150 pessoas com infecções graves em Aracaju, deixou a população sergipana apreensiva. De acordo com o estudo, publicado na segunda-feira (30) pela revista `` Emerging Infectious Diseases, do Centro de Controle de Doenças Infecciosas (CDC) dos Estados Unidos, a espécie de parasita provoca os sintomas comuns da leishmaniose, também conhecida como calazar, porém é mais resistente aos tratamentos.
A doença está sendo investigada por um grupo de pesquisadores brasileiros. A pesquisa é realizada no Centro de Pesquisa em Doenças Inflamatórias (CRID), com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo. Liderada pela professora Sandra Regina Costa Maruyama, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), o estudo está sendo desenvolvido em colaboração com colegas da equipe do professor João Santana Silva, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo (FMRP-USP).
Análises O diagnóstico e o tratamento dos pacientes foram feitos pelo médico Roque Pacheco de Almeida, professor do Departamento de Medicina da Universidade Federal de Sergipe, pesquisador e médico do Hospital universitário de Aracaju. Em entrevista à Agência Brasil, Almeida contou que a doença vem infectando pessoas desde 2011 na capital sergipana, quando ele diagnosticou e tratou o primeiro caso. Esse paciente morreu em 2012, em consequência da doença.
Os sintomas, segundo ele, são muito parecidos aos do calazar (nome mais popular da leishmaniose visceral), mas evoluem com mais gravidade. “ A gente trata muitos pacientes com calazar aqui. São vários por ano. Um desses pacientes não respondeu ao tratamento. Ele recidivou (a doença reapareceu), tratamos novamente, recidivou de novo. E, na terceira recidiva, apareceram lesões na pele. Em pacientes sem HIV não vemos isso. Ele não tinha HIV e apareceram lesões na pele, pelo corpo inteiro, tipo botões, que chamamos de pápulas ”, contou.
“Quando fizemos a biópsia, eram células repletas de parasitas. E aí o paciente evoluiu gravemente ao que chamamos de leishmaniose visceral grave, com sangramento. O baço dele era gigante, e a gente tentou formas de tratamento, mas ele não sobreviveu ”, disse. Almeida coletou amostras de tecidos desse paciente e as enviou a João Santana Silva, especialista em imunologia da FMRP-USP, que não conseguiu identificar o parasita pelos métodos tradicionais, comparando-o as espécies já conheo H Doença está sendo investigada por um grupo de pesquisadores brasileiros desconfiar que se tratava, na verdade, de um novo parasita que ainda não havia sido descrito pela ciência.
“A gente estava diante de um caso grave. Como não conheciamos outras doenças, a gente achou que era um calazar grave. Mas quando fomos ver, o parasita isolado da medula óssea, da pele e do baço (desse paciente) se comportava também de maneira diferente em um camundongo (de laboratório). O parasita (retirado) da pele dava lesão na pele do camundongo, mas não dava nos órgãos. E o parasita que paciente ”, disse Almeida. Eles então fizeram um sequenciamento do DNA do parasita, que foi comparado ao de outros protozoários.
Os pesquisadores perceberam, então, que não se tratava de Leish mania. O novo parasita se assemelha ao Crit hidi a fasciculita, que infecta apenas insetos e que é incapaz de infectar mamíferos. No entanto, essa nova espécie de parasita foi capaz de infectar humanos e camundongos- e de forma grave.
Ou seja, o problema pode ser ainda maior do que estamos imaginando ”. Os pesquisadores esperam, em breve, conseguir descrever o novo parasita e nomear a nova doença. SES A Secretaria de Estado da Saúde (SES) disse ao Jornal Correio de Sergipe que já tem conhecimento do estudo sobre essa nova doença. “ Na realidade, pouco se conhece sobre o novo agente identificado.
São casos que algumas vezes tiveram pior desfecho que a Leishmaniose Visceral. Nesse momento, o olhar especial tem sido com os casos suspeitos de leishmaniose, mas com exames negativos, para estabelecimento de fluxo a essas amostras ”, disse André Carvalho, diretor de comunicação da SES, confirmando que, em relação à leishmaniose, a secretaria irá pedir a intensificação cidas de Leish mania. Em 2014, a identificação do parasita ficou a cargo da bióloga e imunologista Sandra Regina Costa Maruyama, que começou a veio da medula óssea dava lesão parecida com o calazar, no baço e no fígado (do camundongo).
Temos então dois parasitas diferentes no mesmo estão sendo testados para avaliar se também foram infectados por esse novo parasita. “ Boa parte desses pacientes também pertence a esse novo das ações nos municipios.