Consolidada ao final de 2014, a norte-americana inicia as operações no Brasil através da aquisição da Terremark Latin America, atual detentora do único Ponto de Tráfego da Internet (PTT) não gerenciado pelo Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), entidade sem fins-lucrativos, responsável por implementar as decisões do Comitê Gestor da Internet no Brasil. Atualmente, há 26 PTTs no Brasil, sendo 25 gerenciados pelo NIC.br.
O Ponto de troca de Tráfego da Internet (PTT) é uma solução de rede para interligar dois ou mais sistemas autônomos independentes, incluindo provedores de acesso à internet, facilitando toda a troca de tráfego na rede.
De acordo com Milton Kaoru Kashiwakura, diretor de Projetos Especiais e de Desenvolvimento do NIC.br, o 26º PTT, agora sob controle da Verizon, está interligado à estrutura PTT de São Paulo, desde 2013, possibilitando a troca de tráfego com os clientes da multinacional. O Ponto de São Paulo é o maior da América Latina e assume 80% de todo o tráfego no país – atualmente atingindo 700 Gbit/s. Essa rede é constituída por data centers de diferentes empresas de Telecom, caso da Terremark/Verizon e outras empresas de pequeno a grande porte.
Portanto, a infraestrutura do PTT é distribuída entre diferentes pontos de encontro e com qualidade variada, dependendo da localização, conforme explica Kashiwakura. Para ele, apesar dos pontos de troca de tráfego da Internet não serem serviços críticos – porém fundamentais para melhorar o serviço dos sistemas autônomos (AS) -, esses sistemas devem contar com no mínimo duas conexões de trânsito, além das interligações com os PTTs. Dessa forma, mitiga-se o risco de falhas e “down-time” do sistema, mantendo a conectividade preservada, mesma diante da queda de eficiência.
Cuidados na terceirização
Segundo Kashiwakura, para assegurar a transferência segura dos serviços de uma operação PTT, a gestão deve ser assumida por empresas ou entidades sem fins lucrativos, como era o caso do PTT da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), antes de ser controlada pela Terremark.
Ele afirma também que o novo gestor precisa vencer a escassez de profissionais qualificados, contratando uma equipe com experiência nas características operacionais únicas dos PTTs de grande porte. Nesse sentido, Kashiwakura elogia o PTT.br pela participação na Associação Europeia dos Pontos de Troca de Tráfego, Euro-IX, desde 2011, bem como na federação mundial, F-IX, desde sua criação. “Isso permite a troca de experiência com os principais PTTs mundiais e atualização tecnológica com o que há de mais moderno”, explica ele.
Contudo, procurado pela IPnews, a FAPESP afirma que há um convênio firmado com os novos proprietários e que está sendo honrado pela empresa.