A desigualdade de gênero no mundo da ciência e tecnologia ainda é uma realidade no Brasil e no mundo. Segundo a Unesco, apenas 5% a 10% das mulheres no mundo ascendem em funções de liderança no campo das ciências.
Este panorama reflete uma realidade brasileira, apontada pelo IBGE, onde mulheres dedicam mais tempo aos afazeres domésticos e cuidado de pessoas (filhos, doentes, pais ou avós) do que os homens.
Voltando à ciência, confira dados de uma pesquisa publicada originalmente pela FAPESP:
“No Brasil, de acordo com o CNPq, as mulheres constituem 43,7% das pesquisadoras, apesar de a proporção relativa diminuir com o aumento da faixa etária: 45,9% a 41,5% no grupo de 35 a 54 anos e ao redor de 30% entre 55 e 64 anos. Segundo essa projeção, o número de mulheres vai superar o de homens até o final da década. A questão é: será que isso também vai ocorrer nos postos de liderança? Quando se analisa a porcentagem de mulheres que lideram pesquisas, a desproporção sexual é gritante. Apenas 21% das mulheres são coordenadoras de projetos temáticos da FAPESP e menos de 10% dos professores titulares da Universidade de São Paulo ou dos membros da Academia Brasileira de Ciências são mulheres.”
No INSA/MCTI existe a preocupação com a equidade de gênero, que leva em consideração a ODS 5 (Objetivo de Desenvolvimento Sustentável) das Nações Unidas: alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas.
O Instituto possui atualmente 44% de mulheres ocupando cargos da governança e 57% de mulheres nos cargos da gestão. “Ao promover a inclusão de mulheres em posições de liderança na governança e gestão, o INSA incorpora em termos práticos a sua contribuição com a ODS 5, contribuindo para um ambiente mais inclusivo e igualitário, onde mulheres têm oportunidades iguais de participar e contribuir para o sucesso da instituição. Esse posicionamento também promove uma cultura mais justa e sustentável, fundamental para a realização e integração dos ODS em geral”, avalia Dra. Mônica Tejo, diretora do INSA/MCTI.
A caminhada das mulheres na ciência e no campo de trabalho ainda precisa de equidade, garantia de espaços, direitos e muita luta por respeito, visando o fim do assédio moral e sexual, pois, no Brasil, cerca de 76% das mulheres relatam já terem sofrido esses tipos de violência no ambiente de trabalho. “O MCTI e o próprio INSA, liderado por mulheres, vêm fazendo a diferença e buscando melhorar o panorama feminino no mundo da ciência e da gestão institucional. Somos fortes e agiremos sem cansar até que todas tenham espaço, vez, voz e direitos garantidos”, afirma Dra. Mônica.
O MCTI divulgou um edital no valor de R$ 100 milhões visando apoiar projetos que estimulem o ingresso, a formação e a permanência de meninas e mulheres nas Ciências Exatas, Engenharias e na Computação. A iniciativa conjunta MCTI, Ministério das Mulheres e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) já está aberta e tem como público-alvo estudantes do sexo feminino matriculadas no oitavo e no nono ano do Ensino Fundamental e no Ensino Médio em escolas públicas e em cursos de graduação nas áreas de Ciências Exatas, Engenharias e na Computação. As propostas poderão ser apresentadas até 29 de abril deste ano.