Ministro da Secretaria de Relações Institucionais reassume a Saúde após a saída de Nísia Trindade, em movimento que fortalece a articulação política do governo
Após mais de dois anos no cargo, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, foi demitida nesta terça-feira (25) após conversa com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Palácio do Planalto. A saída de Nísia já era ventilada há dias para abrir espaço em uma reforma ministerial articulada por Lula.
Conforme fontes palacianas indicaram à agência de notícias Sputnik Brasil, Alexandre Padilha deixa a Secretaria de Relações Institucionais para assumir a pasta — o deputado federal José Guimarães (PT-CE), líder do partido na Câmara Federal, é cotado para assumir o cargo de Padilha na secretaria.
Em nota publicada pelo Planalto, o governo confirmou que a posse de Padilha como ministro da Saúde vai ocorrer no dia 6 de março, já na próxima semana. "O presidente agradeceu à ministra pelo trabalho e dedicação à frente do ministério", acrescentou a publicação.
Mais cedo, a ministra Nísia Trindade participou ao lado do presidente Lula de um evento que anunciou o acordo do governo federal com o Instituto Butantan para produzir 60 milhões de doses anuais da vacina contra a dengue. A cerimônia ocorreu no Palácio do Planalto e, já em clima de despedida, Nísia foi aplaudida de pé pelos convidados.
Com perfil técnico, Nísia presidia a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e assumiu a pasta no início do governo Lula, em janeiro de 2023. Porém, a gestão à frente da pasta chegou a ser alvo de diversas críticas, tanto do governo quanto no Congresso Nacional.
A mudança ocorre em meio às divulgações de pesquisas de opinião que mostram a queda da popularidade da gestão petista. Uma das medidas para reverter o quadro é a reforma ministerial para pressionar mais entregas pelas pastas, como é o caso da Saúde. Além disso, o governo pretende abrir espaço para novas indicações de partidos aliados, já de olho em apoios para a campanha à reeleição no próximo ano.
No início do ano, Lula oficializou a troca da Secretaria de Comunicação Social (Secom), com a entrada de Sidônio Palmeira, publicitário responsável pela campanha presidencial do PT em 2022. O principal objetivo era potencializar em 90 dias a comunicação do governo, abalada nos últimos meses, principalmente após o episódio de divulgações em massa de notícias falsas sobre uma possível taxação do Pix.