Fábio Castro
Um artigo de revisão publicado na edição desta quinta-feira (19/01) da revista Nature sintetiza os resultados das pesquisas realizadas nos últimos 20 anos pelo Experimento de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia (LBA), coordenado pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).
Segundo o artigo, o LBA identificou sinais de que a floresta amazônica está passando, em suas porções sul e leste, por um processo de transição para um regime de distúrbios biofísicos, com alterações nos ciclos hídricos e energéticos.
Iniciado há 20 anos com o objetivo de compreender os processos biogeoquímicos da floresta e aumentar o conhecimento sobre as relações entre o uso da terra e o clima amazônico, o LBA já gerou mais de 2 mil publicações e cerca de 300 teses, de acordo com Paulo Artaxo, do Departamento de Física Aplicada do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP) - um dos coordenadores do experimento e coautor do artigo.
"O LBA deu uma contribuição importante para desvendar os processos físicos, químicos e biológicos que são responsáveis pelo funcionamento extremamente complexo da floresta. Esses processos vão desde a dinâmica climática até a interação entre a biologia da floresta e seu funcionamento intrínseco do ponto de vista dos fluxos de calor, de energia, de vapor d'água e de carbono", disse Artaxo à Agência Fapesp.