Reunindo entidades de pesquisa, Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação, USP, Butantan, Instituto de Pesquisas Nucleares, Instituto de Pesquisas Tecnológicas e FAPESP, visa a transferência de ciência avançada de soluções para a sociedade
Com a realização da sua primeira conferência no Centro de Inovação da USP – Inova USP – foi lançado, nesta última terça-feira, 26/11, o Distrito de Inovação da Cidade de São Paulo.
Trata-se de uma colaboração entre o governo do Estado de São Paulo, sua Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação, a USP, o Instituto Butantan, o Instituto de Pesquisas Nucleares (IPEN), o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).
“A inovação está dentro de nossas atividades habituais”, afirmou o reitor da USP, Carlos Gilberto Carlotti Junior, na abertura do evento, reforçando que “não existe no país espaço tão adequado para a inovação, reunindo os marcos legais, pesquisadores, espaço físico e responsabilidades”.
“É importante deixar claro que o distrito de inovação faz parte da política pública de nosso Estado”, lembrou Vahan Agopyan, secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado de São Paulo, ressaltando que o Estado é a “26° região de inovação do mundo”. É um movimento, por intermédio do qual, segundo Vahan, “entidades próximas se aproximam institucionalmente” e que tem potencial de se repetir em cidades do interior do Estado.
Abrir para a sociedade
O objetivo do evento, segundo texto distribuído pelos organizadores, foi “abrir o Distrito para a sociedade e promover a discussão de como as chamadas áreas de inovação, baseadas nos conceitos de geografia de inovação, podem promover a transferência de ciência avançada para soluções para a sociedade”.
E texto prossegue: “além de avançados Parques Tecnológicos em São Paulo e no Brasil, os Distritos são propostas mais avançadas de integração com as áreas urbanas. Em geral são áreas urbanas com alta concentração de organizações dedicadas à ciência, tecnologia e inovação. Cientistas, pesquisadores, empreendedores, profissionais de empresas, gestores de inovação, órgãos do governo especializados no tema, circulam, frequentam, habitam em torno do Distrito”.
E conclui: “É uma área integrada à cidade em que se respira conhecimento para produzir inovação, em que as conexões para criação e aplicação de novas soluções acontecem naturalmente. Fortalecendo a integração de Distritos, Parques, Hubs e outros espaços de inovação, o impacto é potencializado”.
Um rico cardápio de atividades
Durante o encontro, foram debatidos, por grupos distribuídos em vários espaços do Inova-USP, dez diferentes temas que podem compor o cardápio das atividades do novo Distrito de Inovação:
Segurança institucional para contratação de inovação e instrumentos jurídicos para inovação;
Fundos de investimento e fundos híbridos em negócios de impacto e sustentabilidade;
Integração vertical ciência & mercado: Computação, semicondutores e processamento;
Integração vertical ciência & mercado: Transição energética para São Paulo e Brasil;
Cidades Inteligentes e Questões urbanas para Distritos de Inovação no Brasil: conceitos e propostas;
Integração vertical ciência & mercado: Deeptech para transformação digital com aplicações para digital, green e social techs;)
Integração vertical ciência & mercado: Biotecnologia;
Integração vertical ciência & mercado: Indústria 4.0, Descarbonização e Sustentabilidade;
Papel estratégico dos Distritos de Inovação e Parques tecnológicos;
Aceleração para maturidade tecnológica via colaboração academia e empresas compradoras de tecnologia.
Dos debates, dos quais participaram um variado leque de profissionais interessados nos temas, surgiram inúmeras sugestões sobre como desenvolvê-los e promover sua integração de modo a alimentar a sinergia entre as várias frentes de ação que comporão o Distrito.
“Sua função é agregar e direcionar todos os profissionais que trabalham em inovação para pensar em temas relevantes na sociedade; pensar em coisas profundas”, afirmou André Aquino, da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado, um dos organizadores do evento. O objetivo, lembrou Marcos Bruno, membro do Comitê Gestor do Distrito, é criar uma aliança estratégica que crie sinergia, articulação e criação de valor entre as entidades envolvidas e estimule, também, o desenvolvimento de contatos internacionais.