LOS ANGELES — O ano é 2021 e um exército de sondas da Nasa acaba de pousar em Marte. Dezenas de engenhocas do tamanho de um lápis afundam no solo vermelho e começam a procurar por fósseis microscópicos de antigas formas de vida ou sinais do gelo que pode ter formado os canais na superfície do planeta. Muitas destas micro-sondas são destruídas no impacto, mas ninguém se importa. Elas são baratas e descartáveis.
Esta história espacial não é improvável como parece. A Nasa, agência espacial americana, está prestes a dar as costas a um passado de sucessos espetaculares e, às vezes, fracassos retumbantes, em favor de um futuro mais simples. A agência não deverá mais apoiar projetos de sondas espaciais de bilhões de dólares, lançadas uma vez a cada década. Ao invés disto, está se voltando para naves hight-tech, baratas e descartáveis.
Neste processo, a agência está abrindo espaço para a nova tecnologia de uma maneira inédita. A estratégia, chamada de Programa do Novo Milênio, envolve o lançamento de dezenas — ou mais — espaçonaves por ano, projetadas para testar tecnologia de ponta.
Ao invés de evitar a todo custo falhas à bordo ou gastar horrores em segurança em terra, a Nasa pretende alcançar dados confiáveis usando um número maior de espaçonaves. Tantas vão decolar que perder uma ou outra não importa. "Espero que ocorram falhas", diz o chefe da Nasa, Dan Goldin. "Do contrário, isto significa que não estamos trabalhando no limite."
Muito da tecnologia usada pela Nasa nas últimas duas décadas já está obsoleta. O ônibus espacial despeja poluentes e navega com equipamento menos sofisticado do que os de muitos jatos de passageiros. O sistema que conectou a Atlantis com a estação russa Mir, em junho, era, essencialmente, o que foi projetado há 20 anos para o encontro da Apolo e com a Soyuz.
PLANTA TEM VÍRUS CONTRA PREDADORES
Cientistas australianos desenvolveram a primeira planta do mundo que contém um vírus capaz de protegê-la do ataque dos insetos. Com a conquista dos pesquisadores do Instituto Australiano de Pesquisa Científica, será possível proteger as colheitas das pragas, sem o uso de inseticidas. Os cientistas conseguiram implantar, no DNA das plantas de tabaco, o vírus HasSV, que ataca as quatro espécies de mariposa Heliothis. Com as plantas protegidas, quando a larva de mariposa se alimenta, ingere também o vírus, que se reproduz em seu organismo e produz uma toxina mortal.
PROTEÍNA NÃO DEIXA TUMOR SE FORMAR
Um remédio criado na Universidade de Dundee, na Escócia, mostrou-se capaz de corrigir um defeito genético que induz à formação de tumores. A notícia foi publicada na edição de ontem do jornal britânico Daily Telegraph. É a primeira vez que um remédio aponta para as causas genéticas do câncer. Os pesquisadores produziram uma proteína que inibe a reprodução celular. Um defeito no gene P16, que regula a produção dessa substância, é um denominador comum em vários tipos de câncer. O remédio feito com ela inibiu a reprodução celular em laboratório.
Notícia
Jornal do Brasil