Além do mel, amplamente usado na alimentação, as abelhas também são responsáveis pela produção de uma substância chamada própolis
Além do mel, amplamente usado na alimentação, as abelhas também são responsáveis pela produção de uma substância chamada própolis. Trata-se de uma mistura resinosa (uma espécie de secreção) que esses insetos coletam de cascas de árvores e botões de flores e usam para proteger as colmeias
Comumente comercializada em forma de extrato líquido ou cápsulas de suplemento alimentar, a própolis traz uma série de benefícios para a saúde humana.
Entre eles, podem ser citados poder antisséptico, cicatrizante, antimicrobiano, antiinflamatório e antioxidante e até efeitos positivos no tratamento contra tumores, como explica uma publicação da revista Pesquisa FAPESP, especializada em produção científica e tecnológica.
Graças ao avanço da ciência, tornou-se possível combinar a substância com o que se chama de nanotecnologia.
Esse campo do conhecimento diz respeito ao estudo e aplicação de nanopartículas, propriedades pertencentes, como o próprio nome diz, à nanoescala (de tamanho bastante reduzido, equivalente a um bilionésimo de metro).
"A própolis é usada há milênios e as pessoas sentem segurança em consumir produtos à base de própolis. Com a nanotecnologia, tornou-se possível aprimorar todas as funcionalidades do extrato. Ou seja, a Nanoprópolis [combinação de ‘nano’ com ‘propólis’] é um grande salto de inovação e vai trazer benefícios para a população”, explica Luiz Felipe Matiazzi, diretor de operações do Grupo APISVIDA.
A empresa, sediada em Bebedouro (SP), a cerca de 385 quilômetros da capital paulista, desenvolve e distribui produtos apícolas (obtidos a partir da apicultura, da criação de abelhas).
No caso da nanoprópolis, o desenvolvimento foi feito em parceria com a Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP).
Algumas das vantagens do uso da nanotecnologia nesse tipo de substância incluem melhor efeito terapêutico e biológico, aumento da solubilidade em água, maior interação com as células, proteção dos compostos ativos e liberação prolongada, afirma Matiazzi.
Em resumo, as nanopartículas ultrapassam com maior facilidade a barreira das células, resultando em uma melhor absorção e biodisponibilidade, superando os métodos tradicionais.
“Segundo estudos realizados pelos ciêntistas Jairo Kenupp Bastos e Priscyla Daniely Marcato Gaspari da Universidade de São Paulo (USP), o resultado antioxidante, de ação antiviral e citoxidade em células de câncer [capacidade de inibir células cancerígenas] da nanoprópolis é três vezes mais efetivo do que o extrato da própolis convencional”, diz Matiazzi. Ele acrescenta também que há redução de 87% na carga viral de diferentes variantes do Sars-Cov-2, vírus que causa a Covid-19.
Apesar de todos os efeitos positivos, a nanopropólis não deve ser vista como “cura milagrosa” ou utilizada como forma única de tratamento contra doenças. É importante que o paciente sempre obtenha orientações com um médico, que poderá avaliar se o produto é adequado às suas necessidades individuais.