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USP São Carlos

Nanopartícula ativada por luz visível mostra potencial para combater tumores de bexiga (16 notícias)

Publicado em 08 de julho de 2022

Nanopartículas de dióxido de titânio (TiO2) são utilizadas normalmente em tratamentos de fototerapia contra o câncer, uma vez que podem ser ativadas por luz ultravioleta (UV), gerando moléculas (radicais livres) que causam estresse oxidativo e levam as células cancerígenas à morte. No entanto, ao expor os tecidos saudáveis à luz UV, corre-se o risco de induzir mutações indesejadas nas células.

Para contornar o problema, pesquisadores do Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF) desenvolveram uma nanopartícula de TiO2 decorada com grupos peróxidos – Ti(OH)4 (hidróxido de titânio IV) – que apresentou a mesma capacidade oxidativa ao ser ativada por luz visível. O material foi testado in vitro, em linhagens celulares – normais e tumorais – de camundongos.

O estudo foi descrito no artigo Modified Titanium Dioxide as a Potential Visible-Light-Activated Photosensitizer for Bladder Cancer Treatment, publicado no periódico científico ACS Omega.

O CDMF é um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) da FAPESP sediado na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). O Instituto de Física de São Carlos (IFSC) é uma instituições participantes.

“Os resultados do nosso estudo demonstraram que o Ti(OH)4 não só foi capaz de causar efeitos citotóxicos em células de tumor de bexiga, como se manteve biologicamente compatível com as células normais. Isso torna o Ti(OH)4 um potencial candidato a fármaco contra o câncer de bexiga”, explicou Thaiane Robeldo, primeira autora do estudo e integrante do CDMF.

O trabalho foi desenvolvido no Laboratório de Imunologia Aplicada da UFSCar, coordenado pelo docente Ricardo Carneiro Borra, e teve a colaboração do grupo liderado pelo professor Emerson Camargo. Ambos são vinculados ao CDMF.

O artigo Modified Titanium Dioxide as a Potential Visible-Light-Activated Photosensitizer for Bladder Cancer Treatment pode ser acessado em: pubs.acs.org/doi/10.1021/acsomega.1c07046.

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Por Agência FAPESP – Com informações da Assessoria de Comunicação do CDMF