Assunto está sendo debatido nesta segunda por pesquisadores da FAPESP.Um debate sobre a nanotecnologia e sua aplicação em diversas áreas da sociedade está sendo debatido hoje por pesquisadores da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).
O objetivo, de acordo com o Governo do Estado Paulista, é mostrar um panorama sobre a área e como a mesma vem sendo crucial para o desenvolvimento de materiais e compostos tanto para tratamentos de saúde como também na criação de produtos agrícolas, industriais e de consumo.
De acordo com Elson Longo, professor da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e coordenador do Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF), um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) da FAPESP, a tecnologia vem proporcionando diversas inovações como é o caso de dispositivos de sofisticados para obtenção de energia solar, assim como reações de fotodegradação para acelerar a velocidade das reações químicas de um fármaco.
“A nanotecnologia de semicondutores abre as portas para o mundo do infinitamente pequeno, com aplicações múltiplas e variadas em áreas como eletrônica, meio ambiente, medicina e economia de energia” destacou ele.
Quem também está trazendo luz ao debate é Juliana Bernardes, do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), a qual por sua vez destaca a possibilidade do uso da nanocelulose para substituição de produtos derivados do petróleo, assim como o emprego de métodos verdes para a síntese de materiais para transformá-los cada vez mais sustentáveis.
“Nesse contexto, a nanocelulose extraída de biomassa é um excelente nanobloco de partida” destaca ela.
Bernardes ressalta que a nanocelulose é um material abundante na natureza, onde além de renovável também é de pouca toxidade e com inúmeras possibilidades de utilização prática de tecnologias já existentes.
Durante o debate, o qual acontecerá no YouTube, pelo canal Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) e chamado Ciclo ILP-FAPESP de Ciência e Inovação, Bernardes pretende mostrar como é possível transformar o bagaço de cana-de-açúcar, resíduo agrícola mais abundante no Brasil, em materiais renováveis.
Além da nanocelulose, o debate também abordará a aplicação da nanotecnologia da agricultura sustentável, assim como seus desafios na nanomedicina com a aplicação de nanomateriais no campo da saúde.
“Os nanomateriais têm sido aplicados na fabricação de sistemas que promovem, ao mesmo tempo, diagnóstico e terapia para várias doenças, incluindo o câncer” destaca Valtencir Zucolotto, professor do Instituto de Física de São Carlos, da Universidade de São Paulo (IFSC-USP).
Na agricultura, por sua vez, a tecnologia favorece os sistemas carreadores de ingredientes ativos para controle de pragas e doenças, ao mesmo tempo em que é aplicada em sensores e sistemas com potencialidades para melhorar o desenvolvimento e a produtividade das culturas agrícolas segundo o professor Leonardo Fraceto, do Instituto de Ciência e Tecnologia da Universidade Estadual Paulista (ICT-Unesp), campus de Sorocaba.
Vale destacar que o evento online é uma parceria entre o Instituto do Legislativo Paulista (ILP) e a faculdade e já acontece desde 2017. De acordo com os pesquisadores, o evento tem como foco divulgar os avanços das pesquisas científicas financiadas com recursos públicos.
Fonte: Biomassa BR