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Na USP, profissionais e estudiosos debatem o que é o jornalismo hoje (4 notícias)

Publicado em 19 de junho de 2019

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Por Yasmin Oliveira | Jornal da USP

Ainda é possível falar em jornalismo? Seminário gratuito no dia 25 de junho discute a profissão e os novos arranjos da área

Saturação do mercado, condições precárias de trabalho, mudança de um jornalismo de informação para um jornalismo ancorado em práticas do marketing. São muitas as controvérsias envolvendo o jornalismo não só como atividade profissional, mas como serviço à sociedade e alguns autores até mesmo já apontaram previram sua “morte”.

“Nessa difícil conjuntura, o jornalismo de dados e multiplataforma, o jornalismo cidadão, o jornalismo independente e alternativo têm sido apresentados como soluções tanto para o mercado jornalístico quanto para a esfera pública dos direitos à informação e à livre expressão”, aponta Roseli Figaro, professora da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP.

Ela coordena o Centro de Pesquisa em Comunicação e Trabalho (CPCT), grupo que realiza na próxima terça-feira, dia 25 de junho o seminário Ainda é possível falar em jornalismo?, em São Paulo. A participação é gratuita e as inscrições podem ser realizadas pelo formulário.

O seminário será transmitido em tempo real pelo sistema IPTV USP.

Pesquisadores e profissionais da área debaterão o que significa fazer jornalismo na atualidade, quais são as especificidades do discurso jornalístico frente às transformações do mercado e os fundamentos que orientam a existência do jornalismo como profissão. Representantes de mídias independentes como Jornalistas Livres e Outras Palavras e estudiosos da ECA e de outras universidades estão entre os convidados.

O trabalho fora da grande mídia

Um estudo realizado pelo CPCT analisou como profissionais organizados nos chamados “arranjos econômicos alternativos” às grandes corporações de mídia sustentam sua autonomia. Foi a partir dele que surgiu a proposta de realizar o seminário.

Segundo a professora Roseli Figaro, ao mesmo tempo em que a desestruturação de empresas tradicionais precarizou a profissão, também alavancou o surgimento de novas iniciativas. “Jornalistas começaram a se reunir com outros pares para fundar veículos que se autodenominam alternativos ou independentes. Eles se reinventaram, com lógicas próprias de produção jornalística”, observa. Para a professora, o jornalismo é uma estrutura essencial às sociedades democráticas e a diversidade de fontes sérias de conteúdo é importante para manter essa lógica.

O estudo contou com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e do CNPq e teve como base inicial o Mapa da Mídia Independente, elaborado pela Agência Pública, com o acréscimo de novos arranjos, até se chegar a 70 iniciativas na região metropolitana de São Paulo. Profissionais de 26 delas foram entrevistados presencialmente.

Evento | Seminário “Ainda é possível falar em jornalismo?”

Data | 25 de junho

Horário| 9 às 18 horas

Valor | Gratuito

Inscrições | Pelo formulário

Local | Auditório Paulo Emílio da ECA – Av. Prof. Lúcio Rodrigues, 443, Cidade Universitária, São Paulo-SP

Programação | página do CPCT

Mais informações | comunicacaoetrabalho@gmail.com

Com informações do CPCT-USP